O segmento de carro elétrico de entrada ganhou dois novos competidores no último mês, vindos diretamente da China: o BYD Dolphin, que o Jornal do Carro já acelerou, e o GWM Ora 03, que estreou no Festival Interlagos, em julho. Ambos chegam para conquistar o público interessado em modelos como o Renault Kwid E-Tech e JAC e-JS1, por exemplo. Entretanto, os novos hatches têm armas distintas para conseguir destaque no mercado brasileiro.
No caso do Dolphin, o modelo desembarcou no País no fim de junho e já aparece entre os cinco elétricos mais vendidos de julho, conforme dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Aliás, o preço competitivo de R$ 149.800 forçou a concorrência a baixar os valores de seus carros. Assim, a JAC reduziu a tabela do e-JS1 e a Caoa Chery fez um generoso corte no valor do iCar, que passa a ser o elétrico mais barato por R$ 119.990.
Do outro lado do “ringue” está o GMW Ora 03. Recém-lançado, o hatch da Great Wall Motors se junta à linha Haval H6 como parte da ofensiva da marca para o mercado brasileiro. Disponível em pré-venda com previsão de entrega para outubro, o hatch é o primeiro elétrico da GWM, que já trabalha na fábrica de Iracemápolis (SP) para iniciar a produção local em 2024. E o Ora GT, naturalmente, é candidato à ganhar nacionalização no futuro.
Por isso, o Jornal do Carro traz a seguir um comparativo técnico entre os modelos, com suas diferenças e qual deles é melhor no conjunto e na relação custo/benefício.
Desempenho e autonomia são importantes em um elétrico
Voltado para o conforto, o BYD Dolphin tem um único motor elétrico, na dianteira, que fornece ao pé direito do motorista 95 cv. O torque, no entanto, fica em 18,3 mkgf. A BYD, a princípio, crava que o 0 a 100 km/h é feito em 10,9 segundos e a velocidade máxima: 150 km/h.
Feito sobre a base E-platform 3.0, o carro, a princípio , teria 285 km autonomia. Mas uma atualização fez com que o número pulasse para 291 km. Dado, aliás, já considerando a portaria do Inmetro. Vale lembrar que o Dolphin usa bateria Blade, da BYD. Em números, é o equivalente a 69 km/l – caso funcionasse a combustão.
Já o GWM Ora conta com duas versões: a 03 e a GT. O motor elétrico é o mesmo em ambas, com 171 cv e 25,5 mkgf de torque. Entretanto, o que muda entre elas são as baterias, onde a primeira tem 48 kWh e a versão GT, 63 kWh. A marca ainda não fala em autonomia, afinal, não foi homologado pelo Inmetro. Na China e Europa, roda até 400 km conforme o ciclo WLTP. Seja como for, a velocidade máxima é sempre de 160 km/h.
Tecnologia embarcada pode conquistar quem busca um elétrico de entrada
No Dolphin, o motorista conta com comodidades como central multimídia giratória de 12,8 polegadas, espelhamento com Android Auto e Apple CarPlay, câmeras 360° nos quatro cantos do carro e painel digital de 5 polegadas; Além disso, há também frenagem automática, assistente de subida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus, aquecimento, ajuste elétrico dos bancos dianteiros, retrovisores elétricos e mais.
No GWM Ora, o motorista encontra teto solar panorâmico, banco com massagem, ventilação e aquecimento e duas telas de 10,25 polegadas no painel, que fazem as vezes de uma tela única. Além disso, há também 7 airbags, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem de emergência com reconhecimento de pedestres e ciclistas, frenagem autônoma, assistente de estacionamento e porta-malas com abertura por aproximação.
Dimensões e espaço interno
Razoavelmente maior que os rivais de JAC e Renault, o BYD Dolphin mede 4,12 metros de comprimento, 1,77 metro de largura e 1,57 metro de altura, além do generoso entre-eixos de 2,70 metros, digno de um carro médio, por exemplo. No caso do Ora, algumas medidas também são maiores que o rival da BYD.
O modelo da GWM mede 4,26 metros de comprimento, 1,83 metro de largura, 1,60 metro de altura, além do entre-eixos de 2,65 metros. Por fim, se o assunto é acomodar as bagagens no porta-malas, a BYD sai na frente. O Dolphin conta com 345 litros, enquanto o elétrico da GWM comporta apenas 228 litros.
Valores dos elétricos
O BYD Dolphin chegou no Brasil para provocar o mercado de elétricos, e seu preço de lançamento de R$149.800 é um claro sinal disso. Tão claro, que já provocou outra baixa no preço do Renault Kwid e-Tech, que agora custa R$ 10 mil a menos que o rival chinês. No caso do GWM Ora 03, ainda não há uma quantia oficial para o modelo, que deve ser lançado neste mês de agosto.
Entretanto, a pré-venda do carro, feita pelo Mercado Livre, já começou, e tem taxa de reserva de R$ 9 mil. Por fim, estima-se que o valor do veículo esteja na casa dos R$ 150 mil aos R$ 200 mil, sendo o maior valor para a versão GT, com bateria maior, por exemplo.
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