A Caoa Chery está investindo forte na gama de SUVs, afinal é o que o mercado quer, mas, embora as vendas estejam em queda, o segmento de sedãs médios ainda concentra um bom número de consumidores. Por isso lançou o Arrizo 6. O modelo feito em Jacareí (SP) tem a missão de encarar os consagrados Toyota Corolla e Honda Civic, principalmente.
A tarefa não é fácil, mas o Arrizo 6 aposta no bom conjunto mecânico e na ampla lista de equipamentos para desafiar os sedãs veteranos. Oferecido em versão única, GSX, o novo sedã da Caoa Chery é tabelado a R$ 108.750, mas está saindo a R$ 99.990 durante a fase de lançamento. Para comparação, o Corolla GLi parte de R$ 110.190 e o Civic LX, de R$ 103.200.
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De série, o Arrizo 6 traz itens como seis air bags, controles eletrônicos de tração e estabilidade, luzes de uso diurno, setas e lanternas de LEDs, controle de velocidade de cruzeiro, câmeras 360º, teto solar, sensor de obstáculos na traseira, teto solar e ar-condicionado com comando remoto. Há ainda dois modos de condução – Eco e Sport – central multimídia com integração a Apple CarPlay e espelhamento da tela de smartphones com Android Auto, volante com ajuste (só de altura) e assistente de partida em rampa, entre outros.
Dimensões e espaço
O modelo da Caoa Chery tem 4,67 metros de comprimento e 2,65 metros de distância entre os eixos. Para comparação, no Corolla, são, respectivamente, 4,63 m e 2,7 m. O espaço interno no Arrizo 6 é bom para quem tem até 1,8 m de altura. Os passageiros do banco de trás não ficam raspando os joelhos no encosto dos assentos da frente nem a cabeça no teto. Já o túnel central alto compromete o conforto para um eventual quinto ocupante.
Para quem vai na frente, não há aperto. O banco do motorista tem ajuste de altura, o que facilita encontrar a melhor posição de dirigir. A ergonomia agrada – todos os comandos têm fácil acesso. O porta-malas, com capacidade de 570 litros, é um dos maiores do segmento. São 100 litros a mais que o do Corolla. O porém é o sistema de abertura da tampa. Conhecido como “pescoço de ganso”, tem braços fixos e rouba algum espaço de carga.
O acabamento do Arrizo 6 agrada bastante. Há revestimento sintético que lembra couro cobrindo o painel, os bancos e parte das portas. As peças plásticas aparentam boa qualidade e, salvo alguns detalhes, remetem à sofisticação. O console central e a moldura da central multimídia têm acabamento preto brilhante que se destaca na cabine.
O ar-condicionado não é automático, embora simule a configuração de outros modelos. Os ajustes de temperatura e da intensidade do fluxo são feitos por meio de botões redondos. A central multimídia tem boa interface boa, mas o sistema que espelha a tela do Android Auto tem operação um tanto confusa.
O visual do Arrizo 6 é moderno e chama a atenção. Seu estilo remete basicamente a uma versão esticada do Arrizo 5, o que dá um ar de esportividade ao sedã. Na dianteira, a grade se destaca e, atrás, a inclinação acentuada do vidro sobre o porta-malas cria um aspecto que lembra o de notchbacks.
Motor e suspensão surpreendem
Sob o capô, o Arrizo 6 traz o mesmo motor que equipa os SUVs Tiggo 5 e o Tiggo 7. Trata-se do quatro-cilindros de 1,5 litro, com turbo e flexível. A potência é de 150 cv a 5.500 rpm e o torque, de 21,4 mkgf a 1.750 rpm, independentemente do tipo de combustível utilizado.
Em relação aos SUVs, a principal diferença do trem de troca é o câmbio. Em vez do automatizado de dupla embreagem e sete velocidades dos “irmãos”, o Arrizo 6 tem caixa automática CVT. A transmissão, de relações continuamente variáveis, simula nove marchas. O conjunto ficou muito bom sobretudo porque o turbo permite que o torque fique disponível em uma faixa de rotação baixa. Isso elimina aquele costumeiro atraso nas respostas desse tipo de câmbio. As trocas são suaves e praticamente imperceptíveis.
Há dois modos de condução: Eco e Sport. O primeiro, voltado à redução do consumo, “mata” as respostas do carro, deixando o acelerador, digamos, adormecido. No esportivo, as respostas passam a ser imediatas e as trocas de marcha ocorrem mais cedo. Faltou um modo “conforto/normal” para ter um meio termo nessa equação. E, para melhorar a esportividade, cairia bem a oferta de aletas no volante para trocas de marcha. As mudanças virtuais são feitas na alavanca no console.
Um ajuste mais fino na calibração da assistência elétrica da direção também seria bem-vindo. Principalmente para deixar o volante mais firme em altas velocidades. Trafegando a 120 km/h em rodovia, falta “peso” e a sensação é de que o volante não transmite o que está acontecendo nas rodas.
A suspensão se destaca. O sistema lida bem com as imperfeições do piso e garante conforto aos ocupantes. O ajuste é bem equilibrado, deixando o carro firme em curvas mais fechadas. A ressalva é que, quando o eixo passa sobre um buraco maior ou pavimento muito deteriorado, surge um ruído alto de pancada comum quando o batente chega no limite.
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Inscreva-seFICHA TÉCNICA – ARRIZO 6
Preço sugerido: R$ 108.750
Motor: 1.5, 4 cil., 16V, turbo, flexível
Potência (cv): 150 a 5.500 rpm
Torque (mkgf): 21,4 a 1.750 rpm
Câmbio: Automático, CVT
Peso: 1.364 kg
Porta-malas: 570 litros
Prós: custo-benefício
O novo sedã é bem equipado, confortável, tem amplo porta-malas e conjunto mecânico que entrega o suficiente.
Contras: direção
Uma recalibragem da assistência elétrica para deixar o volante mais “pesado” em velocidades altas seria bem-vinda.
Atualizada às 12