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Carro elétrico feito no Brasil vem aí; veja qual será
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Carro elétrico feito no Brasil vem aí; veja qual será

Montadoras chinesas, como BYD e GWM, largam na frente das tradicionais, que priorizam lançar o híbrido flex; País terá produção de baterias

Tião Oliveira

09 de mai, 2024 · 7 minutos de leitura.

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BYD Dolphin mais econômicos
BYD Dolphin lidera o ranking de vendas de carros elétricos no Brasil
Crédito:Alex Silva/Estadão

O carro elétrico “made in Brazil” vem aí. Segundo o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos, a produção deve começar até 2027. Porém, inicialmente esses veículos devem ser feitos por meio de CKD. Ou seja, o processo em que as peças vêm do exterior para serem montadas em fábricas instaladas no País.



De acordo com Bastos, isso permitirá acelerar o processo de produção. Afinal, nem todas as tecnologias necessárias para a fabricação de carros elétricos estão disponíveis no Brasil. É o caso, por exemplo, das baterias. Seja como for, isso deve mudar em breve. Afinal, a BYD, por exemplo, já informou que pretende produzir esses componentes no País.

Antes, porém, o Brasil vai ser palco de um grande número de lançamentos de veículos híbridos. Nesse sentido, marcas como Fiat e Jeep, Honda, Renault e Volkswagen, por exemplo, vão apostar de início em híbridos leves. Ou seja, em que o motor elétrico não move o carro sozinho. Portanto, serve para ajudar o a combustão e, com isso, permite reduzir as emissões de poluentes.

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Toyota Yaris Cross
Toyota/Divulgação

Carro elétrico e híbrido flex

Além disso, as marcas devem apostar nos motores com tecnologia flexível. Assim, o mais indicado é fazer o abastecimento com etanol. Nesse caso, além de o custo ser menor na maior parte do Brasil, o nível de emissões de poluentes é mais baixo. Entretanto, outras tecnologias também estão a caminho. Por exemplo, os híbridos plug-in (com baterias recarregadas em tomadas) e motor a combustão flexível.

Atualmente, não existe nenhum veículo feito no Brasil com essa tecnologia. Porém, várias marcas entraram na corrida para ter o primeiro híbrido plug-in flex do País. Recentemente, a Toyota, por exemplo, anunciou investimentos de R$ 11 bilhões no Brasil até 2030. Segundo o presidente da empresa, Rafael Chang, parte desses recursos vai ser aplicado na produção de veículos híbridos flex.


No mesmo sentido, a Toyota já confirmou o lançamento, ainda em 2024, de um novo modelo com o sistema. Embora a marca não confirme, trata-se do SUV compacto Yaris Cross. Assim, o carro inédito deve ser o mais em conta da marca no País, na versão apenas com motor a combustão. Atualmente, a Toyota oferece no mercado brasileiro a linha Corolla (sedã e SUV) híbrida flex. Porém, o sistema é importado.

GWM Haval H4
GWM/Divulgação

Novas soluções com menos emissões

Da mesma forma que a Toyota, marcas como Caoa Chery e GWM correm para lançar seus veículos híbridos plenos flex. Por ora, o sistema está apenas na linha Tiggo híbrida leve. Segundo informações das duas empresas, os modelos inéditos vão ser plug-in. Além disso, a expectativa é que ambos tenham produção iniciada ainda em 2024. Seja como for, as vendas só devem começar em 2025.


Nesse sentido, a Caoa Chery mantém um centro de pesquisa e Eficiência Energética em parceria com universidades estaduais, além da federal de Goiás. O objetivo é o desenvolvimento de novas soluções de eletrificação veicular. Um dos responsáveis pelo projeto é Marcio Alfonso, que foi CEO da Caoa Chery até 2022 e agora é o diretor de Engenharia e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da GWM.

Não por acaso, a GWM avança no projeto de construção de sua área de pesquisa e desenvolvimento. O complexo vai fazer parte da unidade de Iracemápolis (SP), onde fica a fábrica da empresa. Quando estiver pronto, vai ser o primeiro do tipo na região. Um dos focos é justamente a oferta de dispositivos híbridos flex. Isso inclui um plug-in, que vai ser lançado no futuro Haval H4.

Entretanto, o primeiro carro elétrico feito no Brasil deve ser um BYD. Afinal, a marca chinesa é a que está mais avançada no processo de instalação de fábricas no País. Além disso, assim que a linha de montagem estiver pronta, vai ser possível iniciar a montagem de kits em CKD. Embora não haja detalhes sobre o modelo pioneiro, a aposta é que seja o compacto Dolphin. Vamos aguardar.


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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.