Aposta da indústria automobilística para o futuro da mobilidade, o carro elétrico já pode ficar mais barato que o a combustão em meados da próxima década. Essa é a aposta de Juan Manuel Hoyos, diretor de marketing da Nissan América Latina.
Para o executivo, os custos para homologação do carro a combustão ficarão cada vez mais altos em alguns países. Isso logo dará vantagem ao elétrico, que hoje tem preço equivalente ao de SUVs médios e grandes na maior parte do mundo.
A marca é líder mundial na venda de elétricos, com o Leaf. Em 2018, na Noruega, o carro foi o mais vendido do mercado, à frente de todos os modelos a combustão. O Leaf começa a ser vendido no Brasil no fim do primeiro semestre, com preço de R$ 178.400 e autonomia de até 363 km.
A Nissan está encarando o carro como o pontapé da ofensiva elétrica no Brasil, pois antes de o cliente aceitar, é preciso ter a tecnologia disponível para comprar. “Por ora, não estamos preocupados com o número de vendas, e sim com a imagem de marca”, diz Hoyos. “Mas sabemos que será carro de nicho no Brasil”.
De acordo com ele, a Nissan fez pesquisas no Brasil antes de decidir levar o Leaf. Elas apontam que 89% dos brasileiros estão dispostos a trocar o carro a combustão pelo elétrico. O levantamento, porém, não revelou ao cliente a faixa de preço do elétrico. “Apesar do preço, o Leaf oferece toda a tecnologia de ponta da Nissan, justifica.
BÔNUS: VEJA AS MONTADORAS QUE ABANDONARAM O PAÍS
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MAHINDRA
A Mahindra veio ao Brasil em 2008 e ficou até 2015. Com carros de gosto visual duvidoso, montava em Manaus, onde era fora de mão em questão de logística e onde havia desconto apenas para a produção de motos. O grupo, como um todo, é gigantesco e tem operações de carros e motos, entre outras coisas. No Brasil, sua "presença" se dá pelo retorno da SsangYong, de quem é a atual proprietária. CRÉDITO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
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SEAT
Subsidiária do Grupo Volkswagen, a Seat é a marca espanhola que faz parte do grupo. Ela não fazia muito sentido, afinal só mudava o acabamento e o logo em relação a carros equivalente da VW também à venda aqui. O período curto na segunda metade da década de 90 até 2002, foi mais que suficiente. CRÉDITO: EPITACIO PESSOA/ESTADÃO
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INDIAN
Entre as motos, a Indian é uma das que foram embora do País. Em junho de 2018, a marca confirmou que deixava o País após três anos de mercado. Lançada em 2015, durante o Salão Duas Rodas, chegou para rivalizar com a Harley-Davidson, rival centenária. Com bons produtos, mas preços fora da média e sem ser conhecida pelo brasileiro, patinou em meio a crise. CRÉDITO: Rafael Arbex / ESTADÃO
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DAIHATSU
Com seus carros pequenos e compactos, mesmo quando eram um SUV, como o Terios, a Daihatsu aproveitou também os anos 90 por aqui. A marca ficou até o final dos anos 90, mas nunca fez o sucesso esperado. Controlada pela Toyota e vivendo um outro momento, seus produtos podem retornar nos próximos anos, segundo uma declaração do CEO, mas sob a marca Toyota. CRÉDITO: Yuya Shino/REUTERS
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MG MOTORS
A MG Motors chegou em 2011 com dois modelos, um hatch e um sedã, os MG6 e MG 550. Controlada por uma marca chinesa, ficou por aqui até 2013 e sumiu sem ninguém ver. Teve apenas uma concessionária no País, em São Paulo, da Forest Trade, sua importadora. A marca está investindo em SUVs e carros com visual moderno, especialmente para o Reino Unido, buscando produtos com o nível de exigência europeu. CRÉDITO: DIVULGAÇÃO
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LADA
A russa Lada veio no embalo da abertura comercial do início dos anos 90. Seu produto de maior sucesso por aqui foi o jipe Niva, que servia muito bem as situações fora de estrada no Brasil, assim como as díficieis situações da Sibéria. Apesar disso, os carros tinham problemas de confiabilidade e outros produtos não emplacaram tão bem. A empresa deixou o Brasil em 1995. Hoje, a Lada é parte da AutoVAZ, controlada pela Renault. O Niva continua em produção, agora com um pouco mais de modernidade como ar-condicionado. O nome, contudo, agora servirá a um SUV da Chevrolet. CRÉDITO: Alexander Demianchuk/REUTERS
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GEELY
A chinesa Geely teve passagem quase que relâmpago pelo País. A marca que estava no Salão do Automóvel de 2013 e começou a vender os carros no início de 2014, deixou o país em abril de 2016 sem ter feito o barulho que esperava ou ter atingido a rival JAC Motors da maneira apropriada. Como um dos maiores grupos chineses, segue firme em expansão em outros mercado. Ela é dona da Volvo Cars, criou uma marca de carros elétricos, a Lynk&Co, é dona da empresa de taxis londrinos London Taxi e adquiriu recentemente a também inglesa Lotus, além de participações nas operações da Volvo Caminhões e 5% do Grupo Daimler, dono da Mercedes-Benz, entre outras marcas. CRÉDITO: DIVULGAÇÃO
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BENELLI
Em passagem relâmpago, a "italiana" Benelli queria surfar na chegada de outras marcas de alta cilindrada ao mercado. Apesar da ascendência italiana, a marca agora pertence a um grupo chinês. Diferentemente do esperado, a ideia não decolou, ela abriu apenas uma concessionária, em São Paulo, das quase dez prometidas, e a operação durou menos de um ano. A companhia-mãe, a Keeway, que prometeu mais de cinco modelos de baixa cilindrada, nunca chegou a vender uma só moto. Nasceu morto, como dizem. CRÉDITO: SERGIO CASTRO/ESTADÃO
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MAZDA
A japonesa Mazda esteve no Brasil por quase dez anos, até o início dos anos 2000. Os mais conhecidos do brasileiro são o MX-5 Miata e o MX3, um cupê V6. Em 2010, anunciou o retorno, mas com a crise econômica de 2009, preferiu não arriscar. Nos EUA tem aceitação e índices de satisfação bons. Ela se livrou da sombra da Ford, durante o período de crise da companhia americana, retomando suas ações. CRÉDITO: Toru Hanai/REUTERS
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ALFA ROMEO
Amada por muitos, odiada por outros tantos, a Alfa Romeo sempre despertou sentimentos com seus carros bons de dirigir, bonitos, mas pouco confiáveis, especialmente na parte elétrica. A última passagem da Alfa Romeo começou nos anos 90, mas terminou em 2006, quando a Fiat, dona da marca, encerrou as operações. De lá para cá, várias vezes é ventilado o retorno que a FCA optar por desmentir, sempre. CRÉDITO: Jacky Naegelen/REUTERS
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ASTON MARTIN
A marca, que era trazida pelo grupo SHC, do empresário Sérgio Habib, tinha uma loja na cidade de São Paulo desde 2010, mas não conseguiu emplacar nas vendas. No último ano de vendas, 2016, foram vendidos apenas dois Vantage - que não era o carro mais carro da companhia na época. CRÉDITO: Toby Melville/REUTERS
Kicks elétrico
O executivo deu a entender que o Kicks E-Power, versão elétrica do SUV, será vendido no Brasil. “O Kicks é a joia da coroa da Nissan, e nossa ofensiva agora é a elétrica. Com isso, dá para vocês tirarem a conclusão”, falou.
De acordo com fontes, o Kicks elétrico chega ao Brasil entre 2020 e 2021, conforme antecipado pelo Jornal do Carro. A tecnologia será a mesma do Note e-Power, mais acessível que a do Leaf.
Para promover e aprimorar a tecnologia elétrica, a Nissan estreou na temporada 5 da Fórmula E, que começou em dezembro. A marca disputa neste fim de semana sua terceira corrida, em Santiago, no Chile.