Turbo, flexível, três cilindros… Antigamente (e até pouco tempo atrás, quando não existia veículo elétrico), essas e outras tecnologias chegavam a motorização dos carros, entre outros benefícios, para diminuir o consumo de combustível. Quando um automóvel beirava os 15 km/l, logo vinham etiquetas nos vidros (como nos eletrodomésticos), comerciais de TV e capas de jornais e revistas, tudo, para convencer o consumidor a levar para casa um modelo que gerasse mais economia ao bolso do cliente.
Um Renault Clio fazer média de 12,5 km/l era um absurdo (para o bem). Afinal, o feito de alcançar 15,8 km/l na estrada, com gasolina no tanque, era um feito e tanto. Agora, todavia, os tempos são outros e quem lidera a tabela do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), do Inmetro, são os carros movidos por baterias, que já passam dos 50 km/l.
A medição
Antes, a princípio, cabe explicar que a forma de medir o consumo dos carros elétricos é diferente dos exemplares com motor a combustão. Os veículos avaliados, contudo, fazem testes em pista e medição de consumo em laboratório, seguindo as normas da ABNT NBR 7024. Entretanto, de acordo com o Inmetro, é preciso comparar os resultados com os de veículos que utilizam combustíveis diferentes (etanol, gasolina e diesel). Assim, os dados são convertidos para Joule (J). Essa unidade, portanto, mede a quantidade energia necessária para um determinado deslocamento.
Além disso, a conta considera quanto o carro elétrico consome em kW/100 km na comparação com um similar a combustão. De acordo com os cálculos feitos pelo órgão, os resultados são bem próximos aos da “vida real”. Assim, o título da tabela de 2023 fica com outro Renault: o Kwid E-Tech. Dados, portanto, apontam consumo de 52,7 km/l.
Cabe salientar, portanto, que o ranking dos elétricos mais econômicos do País é baseado no consumo médio em cidade. Diferentemente dos modelos com motor a combustão, esse é o melhor cenário para os movidos a energia elétrica. Afinal, quanto mais um veículo elétrico desacelera, por exemplo, mais recupera energia durante a condução.
Confira a lista dos 10 modelos mais econômicos à venda no País, segundo o PBEV:
1) Renault Kwid E-Tech
Consumo na cidade: 52,7 km/l – Consumo na estrada: 39,6 km/l
Consumo energético: 0,44 MJ/km
O Renault Kwid E-Tech tem preço sugerido de R$ 139.990. Importado da China, traz motor com potência de cerca de 65 cv e torque de 11,5 mkgf. Segundo a marca, a autonomia chega a 185 km. No mais, seu visual é praticamente o mesmo da versão com motor a combustão. Assim como as dimensões. Por exemplo, o comprimento é de 3,68 metros.
2) Hyundai Kona EV
Consumo na cidade: 52,5 km/l – Consumo na estrada: 40,6 km/l
Consumo energético: 0,44 MJ/km
Disponível em versões híbrida e elétrica, o Hyundai Kona EV custa R$ 189.990 quando movido por baterias. O modelo, em síntese, vem equipado com motor elétrico dianteiro de 136 cv e 40,3 mkgf de torque. O conjunto inclui um pacote de baterias de 39,2 kWh.
3) BYD Dolphin
Consumo na cidade: 51,9 km/l – Consumo na estrada: 43,5 km/l
Consumo energético: 0,42 MJ/km
Fenômeno de vendas no Brasil, com mais de 1.000 unidades só em setembro, o BYD Dolphin é vendido em duas versões de acabamento. A tradicional e a Plus. Mas o modelo de entrada, que chegou em junho por R$ 149.800, tem motor elétrico dianteiro de 95 cv e 18,3 mkgf de torque.
4) Chery iCar
Consumo na cidade: 48,8 km/l – Consumo na estrada: 36,8 km/l
Consumo energético: 0,48 MJ/km
O elétrico mais barato do Brasil – depois que baixou seu preço, em agosto – sai por R$ 119.990. Tem, apenas, 3,20 metros de comprimento e motor elétrico com potência equivalente a 61 cv e 15,3 mkgf. Segundo a Caoa Chery, repor as baterias, de 30,8 kWh, em carregadores rápidos (50 kW), requer menos de 40 minutos.
5) Fiat 500e
Consumo na cidade: 47,3 km/l – Consumo na estrada: 40,4 km/l
Consumo energético: 0,46 MJ/km
O compacto italiano, que parte de R$ 214.990, tem motor elétrico que gera 118 cv e 22,4 mkgf. O 500e, de acordo com o Inmetro, tem autonomia de até 227 km. A capacidade das baterias é de 42 kWh.
6) Chevrolet Bolt EUV
Consumo na cidade: 47,2 km/l – Consumo na estrada: 38,2 km/l
Consumo energético: 0,48 MJ/km
Embora já esteja condenado à aposentadoria – afinal, terá a produção encerrada no fim deste ano -, o Chevrolet Bolt EUV aparece como um dos destaques da lista do Inmetro. Seu motor elétrico produz cerca de 203 cv e 36,7 mkgf. Custa R$ 279.990.
7) JAC E-JS1
Consumo na cidade: 40,9 km/l – Consumo na estrada: 30,3 km/l
Consumo energético: 0,57 MJ/km
O subcompacto tabelado a R$ 135.900 é feito na China pela Si Hao, empresa formada pela união da JAC Motors com a Volkswagen. Tem motor com potência equivalente a 61 cv e torque de 15,3 mkgf. De acordo com a fabricante, suas baterias são livres de cobalto e a capacidade é de 30 kWh.
8) BYD Yuan Plus
Consumo na cidade: 39,8 km/l – Consumo na estrada: 33,1 km/l
Consumo energético: 0,56 MJ/km
O BYD Yuan Plus é tão bem aceito fora da China que já bateu até as vendas da Volvo na Suécia (terra natal da fabricante). Por aqui também tem boa aceitação e, pelo jeito, isso se deve ao seu excelente consumo. Tem, a princípio, motor elétrico de 204 cv e torque de 31,6 mkgf. Preço: R$ 229.800
9) BYD D1
Consumo na cidade: 39,2 km/l – Consumo na estrada: 34,2 km/l
Consumo energético: 0,55 MJ/km
Voltado a motoristas de aplicativo, o BYD D1, no Brasil, custa R$ 269.990. Com foco no uso urbano, a princípio, traz um motor elétrico de desempenho modesto, com 130 cv de potência e 18,3 mkgf. Capacidade das baterias: 53 kWh.
10) Nissan Leaf
Consumo na cidade: 38,7 km/l – Consumo na estrada: 31,9 km/l
Consumo energético: 0,58 MJ/km
No mercado desde 2010, o Nissan Leaf hoje já mudou de geração, está mais bonito e tem motor de 149 cv e 32,6 mkgf. Suas baterias de íons de lítio (40 kWh) garantem autonomia de até 192 km. O preço sugerido no mercado brasileiro é de R$ 298.490.
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