Depois de tramitar por um ano, o congresso dos Estados Unidos aprovou uma nova lei que obrigará os carros novos a trazer um bafômetro para dar partida no motor. Entretanto, ainda não há uma tecnologia no mercado para esse tipo de aplicação. A ideia é que sensores de respiração ou toque possam detectar quando o motorista está sob influência do álcool. Caso o teor de álcool no sangue esteja acima de 0,08%, o sistema impede a partida do automóvel.
A intenção é tornar as ruas e estradas mais seguras no país. Isso porque, de acordo com a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA), ocorrem cerca de 10 mil óbitos por ano no trânsito com pessoas alcoolizadas nos EUA. Ou seja, uma média de 30% das mortes totais. Até o momento, a previsão é de que a nova lei passe a valer a partir de 2026. Mas o processo ainda vai passar por uma regulamentação final.
Mais de uma opção
O programa do governo norte-americano com as montadoras busca soluções para inserir o bafômetro nos carros. Dentre elas, há produtos que analisam a respiração, bem como sensores que atuam por meio de toque. Este último utilizaria um scanner integrado ao botão de partida (vídeo abaixo). Nele, mede-se o nível de álcool nos vasos sanguíneos por meio de luz infravermelha. E, por se integrar ao assento e ao computador de bordo, o sensor evitaria fraudes.
Corrida contra o tempo
Segundo o site Automotive News, apenas uma empresa tem o domínio sobre esse tipo de recurso atualmente. Trata-se de uma empresa japonesa de produtos eletrônicos chamada Asahi Kasei, que estaria desenvolvendo um dispositivo em conjunto com montadoras e o próprio governo para tornar a tecnologia uma realidade.
Em teste, o equipamento funcionaria como o bafômetro tradicional. Assim, ao entrar no veículo, o condutor teria de assoprar o dispositivo. Em seguida, a leitura é feita por meio de um algoritmo e, pouco tempo depois, indica o teor alcóolico. A ideia é que é fazer com que o sensor seja integrado ao carro, para, então, impedir a sua partida.
“Para ser honesto, acho que pegou todo mundo de surpresa, não apenas em nossa empresa. É algo que foi proposto no passado. Mas todos assumiram que isso seria necessário primeiro na Europa”, disse o diretor de mobilidade da divisão norte-americana da Asahi Kasei, Mike Franchy.
Bafômetro nos carros ainda vai demorar
Mas antes de virar realidade, o bafômetro nos carros terá de enfrentar algumas questões. Será necessário pesar as vantagens e desvantagens. Como, por exemplo, se o carro pode simplesmente se recusar a dar partida. Ou, em caso de ação judicial, se os veículos poderão servir de prova contra o dono. Assim, o jeito é esperar para ver quais os próximos passos.