A Chevrolet lançou no País o Onix RS. Se parece absurdo usar tal sigla nele, é importante lembrar que ela surgiu exatamente como um pacote visual no Camaro, em 1967. No caso dos norte-americanos ela significa Rally Sport.
Na primeira e segunda gerações do muscle car, a sigla era um pacote visual que trazia faróis escondidos atrás da grade toda preta, lanternas modificadas e o emblema “Rally Sport” nos primeiros, em 1967 e “RS” depois.
Toda essa história é para justificar o Onix RS, que usa a mesma métrica. Um carro que poderia ser mais, mas aposta mesmo é no visual. Por R$ 75.590, o Onix RS se encaixa no conceito exato da sigla RS e também entre as versões LTZ e Premier.
E antes que os detratores se levantem é importante reforçar que era o SS (Super Sport) a versão realmente mais potente nas primeira e segunda gerações do Camaro. A diferença é que era possível adotar o visual da RS associada ao conjunto mecânico do SS.
No caso do Onix RS, o estilo agressivo que ele ganhou é devido à grade com formato de colmeia, as rodas de 16 polegadas com design diferenciado e os faróis com máscara negra. Completam o conjunto a gravatinha da Chevrolet, o aerofólio, o lip no para-choque dianteiro e a capa dos espelhos na cor preta.
O toque final é sempre o teto pintado de preto, independentemente da cor escolhida para a carroceria: vermelha, branca ou preta, e o logotipo da versão RS na grade e na tampa do porta-malas.
Por dentro também há pequenos agrados para o consumidor que queira sentir a mesma sensação de esportividade externa. Detalhes em vermelho nas saídas de ar-condicionado e costura dos bancos. O revestimento do teto e colunas vem na cor preta também.
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A atual e segunda geração do Onix nasceu de uma boa fornada. Com isso, o carro mesmo sem qualquer alteração tem uma dinâmica de direção boa. A suspensão é bem ajustada, o carro balança pouco e ele é bem estável em uma sequência de curvas.
É como se o Onix já tivesse nascido esperando uma versão “esportiva”. A direção elétrica tem uma calibragem adequada para um carro do tamanho dele e para uso no diário e também na estrada a 120 km/h. As reações, dentro do esperado, são bem ágeis.
O conjunto mecânico é o que já conhecemos da grande parte da gama do Onix. Isso significa o motor três cilindros de 1 litro, turbo, de até 116 cv a 5.500 rpm e 16,8 mkgf a 2.000 rpm. Isso alimentado com etanol.
O câmbio é o automático de seis marchas que a GM usa em uma infinidade de modelos. Aqui, o contra do modelo é a troca de marchas por um botão na lateral da alavanca, que não é nada prático. O ideal seria ter apostado, ao menos na versão RS, em aletas atrás do volante ou mesmo em trocas movendo a alavanca no modo manual.
Desempenho
Esse conjunto entrega um desempenho adequado e como o turbo entrega o torque cedo, dá para se divertir com o Onix RS em trechos sinuosos e velocidade mais reduzida. Para se alegrar com o Onix RS um kartódromo ou uma serra travada são os locais ideais.
Para dar mais pimenta ao Onix RS, o câmbio manual de seis marchas seria o conjunto ideal com o 1.0 turbo. Mas a GM não tem aspirações realmente esportivas para esse carro. Se tivesse, apostaria no 1.2 turbo de até 133 cv e 21,4 mkgf do Tracker Premier.
O que fica devendo, se você abusar do Onix RS em trechos fechados são os freios. A disco na frente e a tambor na traseira, quando você aplica muita força para uma parada exigente, eles não respondem tão bem quanto deveriam.
O espaço interno é bom para quatro adultos. O condutor tem boa ergonomia e encontra os comandos facilmente ao alcance das mãos. Há porta-objetos práticos e o volante tem boa empunhadura.
Há outras opções de ‘esportivados’
Seus rivais não fogem do mesmo conceito de trazer só um visual esportivo sem entregar desempenho equivalente. Além do Onix RS há o Hyundai HB20 Sport, o Fiat Argo HGT e o Renault Sandero GT Line que apostam na mesma receita.
O hatch da marca sul-coreana adota o 1.0 turbo e flexível de até 120 cv e 17,5 mkgf. O câmbio é o automático de seis marchas. O visual traz rodas de liga leve diferenciadas e detalhes vermelhos na carroceria e na cabine. O preço é de R$ 73.990.
A Renault já começa em uma degrau abaixo. O GT Line que traz visual semelhante ao do Sandero RS tem opções com o 1.0 aspirado de até 82 cv e 10,5 mkgf com câmbio manual de cinco marchas. Ele sai por R$ 62.990. Já a versão com o motor 1.6 flexível de até 118 cv e 16 mkgf e câmbio automático CVT parte de R$ 80.990.
O Argo HGT tem visual esportivo e aposta no cansado, mas potente em números, motor 1.8 de até 139 cv e 19,3 mkgf. O câmbio é automático de seis marchas. Ele parte de R$ 75.390.