Depois do chuveiro, o carro parece ser o local favorito para soltar a voz. É uma tendência que surge com força na China, onde consumidores querem compatibilidade dos veículos com aplicativos de karaokê. A novidade já é oferecida por marcas locais, o que tem deixado as estrangeiras na retaguarda para atender ao inusitado desejo dos chineses.
Segundo levantamento da consultoria A.T. Kearney, marcas chinesas como XPeng, Nio e BYD largaram na frente no conceito de conectividade. Assim, já oferecem carros com microfones de karaokê. E isso lhes dá alguma vantagem na exploração de impulsos de consumo locais perante marcas ocidentais, como BMW e Volkswagen.
Nesse sentido, uma reportagem da agência Bloomberg revela que há uma demanda maior para a integração com os sistemas digitais que viraram febre na China. Um exemplo é o Changba, App que transforma o interior do veículo em uma cabine de karaokê.

Chineses são os mais exigentes com tecnologias
A China é o maior mercado do mundo para a BMW e a Volkswagen, com 36% e 40%, respectivamente, das vendas globais dessas montadoras. Isso explica porque os últimos lançamentos estão chegando primeiro no país asiático. É o caso, por exemplo, dos carros elétricos. As duas marcas alemãs já comercializam por lá seus modelos movidos por baterias.
Diante disso, Christoph Grote, chefe da unidade de carro digital da BMW, diz que é preciso identificar a questão como um desafio. Isso porque “os consumidores chineses são os mais exigentes quando se trata de tecnologia digital nos veículos”.
Outro desejo dos consumidores chineses é a integração de seus automóveis com o WeChat. O aplicativo de mensagens instantâneas é similar ao WhatsApp e domina o país oriental. Neste ponto, contudo, a BMW saiu na frente. E já disponibiliza, portanto, serviços de pagamento conectados ao de mensagens nos veículos dos chineses.
A montadora alemã formou, no ano passado, parceria com uma empresa local de tecnologia, a Archermind Technology Nanjing. O objetivo é identificar e desenvolver recursos de conectividade para o mercado chinês. Segundo Grote, é preciso “um roteiro de tecnologia para a China, bem como recursos locais”, o que a BMW busca, portanto, com a parceria.