A Nissan aproveitou o lançamento da nova Nissan Frontier 2023 para fazer um importante anúncio. A japonesa vai investir US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão na conversão direta) na fábrica de Resende (RJ). Além da modernização do complexo, o objetivo é trazer novos produtos. De acordo com o chefe de operações globais da marca, Ashwani Gupta, o investimento será gradualmente aplicado entre os anos de 2022 e 2025, e tem como meta oferecer carros ainda mais eficientes. “Vamos produzir veículos mais limpos com foco na preservação do meio-ambiente”, afirmou o executivo, que reforçou a necessidade de eletrificação dos produtos da marca. Por outro lado, Gupta não destacou um modelo específico.
Kicks e-Power a caminho?
Entretanto, especulações apontam que a Nissan finalmente vai trazer o Kicks híbrido ao mercado brasileiro. Com o sistema e-Power, o SUV compacto poderá rivalizar com modelos como a nova geração do Honda HR-V, que estreia neste ano – e terá uma versão híbrida no futuro. No momento, há uma corrida pelo híbrido flex no Brasil.
Já à venda em mercados asiáticos, o Kicks e-Power traz um motor a gasolina que funciona como gerador para o conjunto de baterias de 1,57 kWh. Este pacote, por sua vez, alimenta o motor elétrico, responsável por tracionar as rodas. Na Tailândia, ele tem motor 1.2 de três cilindros e um pacote de baterias de íons de lítio. Dessa forma, gera 129 cv e 26,5 mkgf de torque.
SUV elétrico
Durante o anúncio dos executivos da Nissan, estavam no palco do evento a picape média Frontier e o SUV elétrico Ariya. Entretanto, o utilitário com estilo de cupê apareceu mais para mostrar as novas tecnologias da marca. Por enquanto, não há confirmação de lançamento no Brasil. Mas é claro que a Nissan está de olho nesse segmento. Afinal, outras marcas estão chegando. Nesse sentido, o Ariya seria um rival para o Volkswagen ID.4, que estreia em breve por aqui.
Mas deu para notar que, por ora, trata-se apenas de um “show car”, afinal, a unidade do Ariya estava com volante do lado direito. Ou seja, veio diretamente do Japão – onde chegará às ruas em maio. Porém, tal como disse o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da marca no Brasil, Airton Cousseau, em meados do ano passado, a venda do SUV elétrico no País “é provável, porque carros elétricos não exigem grandes adaptações de mercado”.
Como é o Nissan Ariya
Para quem não se lembra, o Ariya é o primeiro SUV 100% elétrico da Nissan. Sua estreia mundial aconteceu em 2020. Além do visual ousado, com pintura bicolor e faróis e lanternas Full LEDs, o modelo se destaca pelas belas rodas, que podem ter 19″ ou 20″. Feito sobre a plataforma CMF-EV, da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, ele promete vasta tecnologia. Tem duas telas de 12,3″ no painel e recursos como Android Auto e Apple CarPlay, por exemplo.
Na coletiva com a imprensa, a unidade estava trancada, mas deu para notar que segue a linha minimalista dos últimos carros elétricos do mercado. Em relação à mecânica, o SUV elétrico tem potência de 215 cv e um bom torque de 30,5 mkgf na versão mais básica. A tração é dianteira e as baterias (de 65 kWh) garantem autonomia superior a 300 km. Já a versão topo traz um motor elétrico em cada eixo e entrega 395 cv, além de 61,2 mkgf de torque. Com baterias de 90 kWh e tração integral, alcança 480 km.
Dois turnos em Resende…
A fábrica de Resende voltou a operar em dois turnos. Com isso, a produção do Kicks – único modelo em produção no País – crescerá 60%. Assim, 270 unidades/dia sairão das linhas da fábrica fluminense. Para isso, a Nissan contratou 578 funcionários de outubro para cá. “O segundo turno em Resende começou na semana passada, com isso, esperamos retomar a liderança do segmento. O nosso investimento vai trazer muitas novidades”, disse Guy Rodríguez, presidente e diretor da Nissan América do Sul.
…e também em Córdoba
A planta argentina de Córdoba, de onde sai a Frontier, também terá um segundo turno. Com o mesmo foco de aumento de produção, a unidade, atualmente, tem capacidade para entregar 15 picapes por hora. No total, 75 mil unidades podem ser feitas por ano. Por meio do aporte, a Nissan vai exportar a picape também para Chile e Colômbia.