A Dacia sempre foi conhecida por ser a marca de baixo custo da Renault. Entretanto, é por causa de um salto tecnológico que a fabricante romena vem surpreendendo o mercado. Estamos falando do elétrico Spring, lançado há oito meses e já um sucesso no Velho Continente, com mais de 40 mil unidades emplacadas por lá.
A princípio, o modelo nada mais é que o Renault Kwid elétrico. Mas é diferente do City K-ZE, feito pela Renault para a China, que servirá de base ao modelo brasileiro no ano que vem (saiba mais abaixo). A promessa da marca, no Brasil, consiste em oferecer o carro elétrico mais barato do mercado. Título que hoje pertence ao JAC e-JS1, de R$ 159.900.
O porém, é claro, estará na diferença de mercado. Enquanto o Dacia Spring parte de 13.800 euros na versão básica (pouco mais de R$ 86 mil reais) e tem diversos incentivos em vários países da Europa – baixando ainda mais o valor -, o Brasil ainda engatinha nesse sentido. Ao menos, o País já aboliu a cobrança de IPVA da categoria em oito Estados. São eles: Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará. Confira os demais incentivos aqui.
Sucesso desde a pré-venda
Na Europa, desde outubro os clientes estão retirando as unidades adquiridas do Dacia Spring em pré-vendas (entre março e junho). Só aí, no entanto, foram 16.000 reservas em três meses. De julho para cá, a média supera os 5.000 emplacamentos mensais.
Todo esse sucesso se deve à algumas vertentes que a Dacia conseguiu englobar com o Spring. Com preço acessível, o hatch elétrico atende tanto às leis mais rígidas para a circulação de carros a combustão na Europa quanto os anseios da população, que está mais atenta para as mudanças climáticas do planeta. O modelo tornou-se, contudo, uma excelente ferramenta de mobilidade para a maioria dos europeus, que conduzem média de 30 km por dia.
Por falar em quilometragem, a autonomia do compacto é de até 230 km (ciclo urbano padrão europeu WLTP). Por fim, vale salientar que o Spring é o responsável por popularizar a Dacia na Europa. De acordo com informações, na França, por exemplo, oito em cada dez novos compradores do elétrico estão levando para a garagem de casa seu primeiro carro da marca romena.
Como será o Kwid elétrico no Brasil?
Confirmado para 2022, o Renault Kwid ZE será feito sobre irmão gêmeo chinês, City K-ZE. Entretanto, a versão confirmada pelo CEO do grupo Renault, Luca de Meo – durante visita ao Brasil -, terá visual inspirado no novo Kwid nacional (previsto para o mês que vem) e diferenças de estilo e mecânica em comparação ao modelo oriental.
Na China, o City K-ZE tem motor elétrico de apenas 44 cv e torque de 12,1 mkgf. Assim, chega à velocidade máxima de 104 km/h. A autonomia fica em 200 km com as baterias cheias. Para o Brasil, a marca deverá usar um motor mais forte, que fique mais próximo em desempenho dos 70 cv do atual 1.0 flex. Na lista de série, em síntese, nada muito além de ar-condicionado, direção elétrica, freios ABS e air bags frontais e laterais. Tela central de infoentretenimento, no entanto, também faz parte do pacote.