Apelidado pelos próprios norte-americanos de “estrela solitária”, devido à configuração da sua bandeira, o Texas está literalmente sozinho em meio uma crise energética. Um cenário impensável para a realidade do estado norte-americano, que é o maior produtor de petróleo do país. E apresenta cenários de deserto, floresta e litoral banhado pelo Golfo do México.
A recente nevasca, que derrubou as médias de temperatura para baixo de zero grau, fez a região norte do Texas entrar em colapso. A procura por combustível e energia, assim, fez com que os preços disparassem no estado como um todo. E, particularmente, para a recarga dos carros elétricos a situação tem sido crítica.
Preço do megawatt sobe 18.000%
Por causa da falta de energia, o preço do megawatt hora no Texas subiu aproximadamente 17.900%. Antes da nevasca, o custo girava em torno de US$ 0,05. Contudo, com a alta demanda, o preço chega aos US$ 9.
Um aumento tão expressivo que, para alguns modelos de carros, o valor para carregar o pacote de bateria de 100 kWh pode representar um sinal na compra de um veículo novo.
Por exemplo, um Tesla Model S roda 644 km com 100 kWh, porém necessita desembolsar US$ 900 no momento de carregar as baterias com energia reajustada. Isto é, no fim, o quilômetro rodado passa a custar US$ 1,4. E assim, é impossível usar um carro elétrico com o preço.
Mesmo para um veículo considerado “mais barato”, a conta fica alta. O Nissan Leaf, por exemplo, apresenta bateria de 40 kWh, o que lhe dar autonomia de 232 km. Contudo, o custo do km rodado seria impraticável ao chegar em US$ 1,55.
Atualmente, com 30 milhões de habitantes, o Texas recebe boa parte da energia oriunda de aerogeradores que congelaram. Somado esse congelamento, as redes de distribuição de energia também não previam um inverno tão intenso, havia falta de manutenção. E, para completar, as baixas temperaturas conseguiram afetar os poços de petróleo e gás.