Os CEOs da Daimler e da aliança Renault-Nissan, Dieter Zetsche e Carlos Ghosn, afirmaram durante os primeiros dias do Salão de Frankfurt (Alemanha) a parceria entre as empresas, que já soma 18 meses, evitou os erros comuns a outras associações semelhantes – e que justamente por isso poderia ser ampliada. O que significa a utilização pela Nissan de plataformas da Daimler para produção de carros. A ideia daria origem a um novo modelo da Infiniti, divisão de luxo da fabricante japonesa.
Em uma conferência conjunta, o brasileiro Carlos Ghosn afirmou que o novo Infiniti seria um compacto, cujo lançamento poderia ocorrer já em 2014. Sua base seria a mesma do Mercedes-Benz Classe B – cuja estreia de sua nova geração ocorre também em Frankfurt.
Zetsche e Ghosn foram enfáticos ao afirmar que sua cooperação em motores e plataformas ajuda a evitar investimentos redundantes e a reduzir custos, sem contudo cair nos equívocos passados. Embora Zetsch não tenha mencionado a palavra “Chrysler”, fazia referência à aliança que a Daimler firmou com a americana em 1998. A DaimlerChrysler durou até 2007, quando a parceria foi desfeita. A americana foi vendida para o grupo de investimentos Cerberus e, mais tarde, para a Fiat, que atualmente detém 51% de participação na empresa.
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A parceria entre a Daimler e a Renault-Nissan funciona, conforme os executivos, porque é baseada em projetos específicos que beneficiam a ambos os lados. Segundo o acordo, firmado em abril do ano passado, a Renault-Nissan fornece motores pequenos para aplicação em veículos Mercedes, que por sua vez fornece motores de maior cilindrada para os carros Infiniti. A ideia é otimizar a capacidade produtiva de cada uma com maiores volumes, o que reduz custos operacionais.
As duas companhias também compartilham plataforma nos modelos Renault Twingo (exibido em Frankfurt) e o novo Smart, que chegarão ao mercado em 2014.
Zetsche afirmou que começar com uma cooperação específica e delimitada funcionou melhor do que firmar uma aliança visionária e depois decidir como seriam as sinergias. “Não tomamos uma decisão de imposição e depois dissemos ‘encaixem-se a ela’.” O conflito cultural entre companhias foi uma das causas do insucesso da aliança com a Chrysler.
