Há cerca de sete anos, a Takata começou a ser investigada por produzir os chamados “airbags mortais”, que resultaram no maior e mais longo recall da história. Porém, a fabricante pode estar envolvida em outro recall, desta vez trata-se de milhões de cintos de segurança com problema.
A fabricante de peças automotivas, Joyson Safety Systems (JSS), afirmou que está investigando relatórios imprecisos feitos durante 20 anos. Os documentos apontam testes de correia dos cintos de segurança da Takata, empresa adquirida pela chinesa após falência, em 2018.
A empresa aponta que relatórios indicam que as inconsistências surgiram antes da compra, ou seja, quando a Takata ainda estava em pleno funcionamento. De acordo com o portal japonês Nikkei, estima-se que a fabricante produziu 9 milhões de cintos defeituosos, que poderá gerar um recall de 2 milhões de veículos.
Segundo a Reuters, Bryan Johnson, diretor de comunicações globais da JSS, confirma que os dados estão sendo analisados. “A JSS está atualmente revisando os dados disponíveis e relevantes ao longo de um período de 20 anos, teste por teste e produto por produto”.
Montadoras já foram avisadas de um possível recall
O Ministério dos Transportes japonês informou que o assunto ainda está sendo investigado. O órgão está investigando, por exemplo, quantos veículos foram exportados. Entretanto, fontes afirmam que as montadoras já foram aviadas para se prepararem para um recall.
A JSS é responsável por 30% do mercado mundial de cintos de segurança. Contudo, os maiores compradores dos produtos da marca são as montadoras japonesas, que abastecem o mercado doméstico.
Em nota, a Honda se manifesta dizendo que “está ciente da investigação japonesa relacionada aos cintos de segurança fabricados pela Joyson Safety Systems e atualmente estamos trabalhando para determinar o impacto potencial, se houver, em nossos veículos”.
A Toyota afirma que “a segurança de nossos clientes é uma prioridade e estamos trabalhando para identificar os modelos de veículos afetados, qualquer impacto sobre esses veículos e quaisquer ações futuras necessárias o mais rápido possível”.
Air bags mortais da Takata
Um grave defeito no equipamento produzido por uma das maiores fornecedoras de air bag no mundo, provocou o maior e mais longo recall da história. O escândalo foi noticiado pela primeira vez em 2013. Até hoje, o problema no Air Bag da Takata soma mais de 290 feridos e ao menos 27 mortes, das quais duas ocorreram no Brasil.
O recall se estende até hoje e já envolveu mais de 100 milhões de veículos em todo mundo. Segundo o The New York Times, a empresa sabia do defeito. Entretanto, seu executivos ordenaram que todo o material dos testes fossem destruídos.
O defeito está no componente metálico chamado deflagrador. Ao colidir, ele expande imediatamente a bolsa de ar, para amortecer a batida. No caso do deflagrador defeituoso, a peça explode e é lançado estilhaços de metal em alta velocidade, que conseguem romper a bolsa e atingir os ocupantes.