Ford mostrou na última quarta-feira (25), em Detroit (EUA), estar se preparando para ter novos carros elétricos e eletrificados até 2025, além de modelos autônomos. Com essa estratégia, a marca que lucrar mais, crescer e liderar esses mercados até o começo da próxima década.
Recentemente, a Ford anunciou a picape elétrica F-150 Lightning, que chegará ao mercado em 2022. E já estão nas ruas o crossover Mustang Mach-E e o furgão E-Transit, além de versões híbridas de vários modelos.
Base para carros de passeio e SUVs
Sabe-se que uma das novas plataformas que a Ford prepara será para carros de passeio e SUVs compactos e médios. A arquitetura será derivada da atual GE, que dá vida ao Mustang Mach-E, primeiro crossover totalmente elétrico da Ford. O utilitário elétrico vai estrear até o final de 2023.
Essa plataforma dará origem ao substituto do Mach-E e ao novo Mustang — este continuará esportivo, mas será pelo menos híbrido. Só que o foco é mesmo para novas gerações ou substitutos de modelos tradicionais: EcoSport, Kuga, Escape, Edge e o crossover Evos (sucessor do sedã Fusion/Mondeo). Todos podem nascer da base GE2.
Assim, são modelos que estão, estiveram ou ao menos foram sondados para o Brasil. E que seguirão no radar, agora que a linha é toda importada. Boa parte dessa leva vai se beneficiar, portanto, de investimentos já iniciados de US$ 150 milhões na fábrica de Van Dyke, na região de Detroit (EUA). Ali será ampliada a produção de trens-de-força, baterias e componentes elétricos.
Volkswagen pode ajudar a Ford
Uma alternativa rápida para a nova leva de elétricos da Ford vem da Europa, segundo sites americanos como o Autoblog.com, que citam o consultor econômico Sam Fiorani, especialista em previsões para o setor.
A Volkswagen já planeja 100% de lançamentos elétricos até 2030, mesma meta da Ford naquele continente. Então, uma parceria entre as empresas faz muito sentido. Dessa forma, a linha Ford pode usar derivação da plataforma MEB (plataforma modular elétrica) da Volkswagen.
Com a arquitetura para elétricos, a Volkswagen está dando vida aos seus modelos da linha ID. Caso dos conhecidos ID.3 e ID.4, de porte compacto-médio, tamanho que interessa a mercados como o brasileiro.
Base para picapes e utilitários maiores
A Ford também projeta ter uma picape média elétrica baseada na plataforma da Rivian, recentemente comprada pela montadora. Essa picape tem tudo para ser a substituta da atual Ranger. E com uma prima-irmã também conhecida, a Volkswagen Amarok, uma vez que ambas dividirão, assim, o mesmo projeto.
As novas Ranger e Amarok, dessa forma, vão dividir DNA quando forem lançadas. São globais e interessam tanto Ásia, quanto América do Sul. Também há necessidade de um substituto para a linha Transit, que hoje tem versão eletrificada, mas feita sobre o modelo a combustão.
Modelos grandes e de luxo
Além destas duas alternativas, a Ford ainda poderá desenvolver uma base para fazer SUVs grandes. E modelos de luxo, como o Expedition e veículos da Lincoln como o Navigator, bem como sua familia de “trucks” e utilitários.
A recém-apresentada Ford F-150 Lightning, picape elétrica que surpreendeu até o presidente norte-americano, Joe Biden, ainda será feita, contudo, sobre uma derivação da plataforma da picape a gasolina. Entretanto, a sua renovação no final de 2025 deverá sair de uma base 100% elétrica, que o próprio Fiorani chama de TE1.
Novos elétricos vão garantir lucro
Outro foco é melhorar o relacionamento com o consumidor, sobretudo com um pós-venda menos burocrático. E mais serviços e atualizações online. Para dar conta dos objetivos, a marca do oval azul vai investir em fábricas de baterias e novos processos, além do desenvolvimento das duas plataformas inéditas de veículos elétricos, mas sem dar detalhes.
Para desovar seus planos, a Ford vai investir US$ 30 bilhões até 2025, esperando que quase metade (40%) da linha — da Ford e da marca premium Lincoln — seja de elétricos na América, Europa e China.
Também vai desenvolver as próprias baterias, em parceria com a sul-coreana SK. Deste modo, a Ford se junta à rival norte-americana General Motors, à alemã Volkswagen (parceira em algumas ações, mas ainda rival), bem como à sul-coreana Hyundai. Todas seguem rumo a um futuro dominado por lançamentos eletrificados.