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Enchentes: o que fazer se você estiver de carro no alagamento
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Enchentes: o que fazer se você estiver de carro no alagamento

Saiba quando é seguro ou não atravessar as enchentes causadas pelas chuvas fortes que caem no início do ano

Thais Villaça, Especial para o Jornal do Carro

21 de dez, 2023 · 7 minutos de leitura.

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enchentes
As chuvas tendem a aumentar no início do ano e motoristas sofrem com enchentes
Crédito:Werther Santana/Estadão
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Todo começo de ano é a mesma história: devido às fortes chuvas dessa época, as enchentes são uma preocupação constante para os motoristas. Isso porque muitas vezes as tempestades chegam de surpresa, o que impede uma programação exata para evitar pontos de alagamento, por exemplo.

Dessa forma, é bom se preparar e descobrir como agir caso você seja pego em um imprevisto causado por uma enchente no caminho. Afinal, se a dica de deixar o carro na garagem nos dias com previsão de chuvas for impossível, ao menos você saberá quais são as melhores formas de se proteger. E ao seu carro também, é claro.

O que fazer quando encontrar enchentes no caminho?

Venda de carros
JF Diorio/Estadão

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O primeiro passo é observar outros carros que estejam trafegando pelo alagamento. Se a água tiver ultrapassado a metade da roda, desista de tentar atravessá-lo, pois o risco de entrar água no motor aumenta consideravelmente. A falta de visibilidade do asfalto também pode fazer com que o motorista caia em buracos profundos. Isso pode danificar a suspensão e fazer o veículo afundar ainda mais.

Se estiver parado e a água subir rapidamente, tente colocar o carro (ou parte dele) sobre a calçada para elevar a altura da saída do escapamento. Mas se não houver jeito, abandone o veículo e procure um lugar seguro para se abrigar. Se a água atingir a altura da janela, a dificuldade de abrir a porta aumenta, e você pode ficar preso.

Mas caso decida ir em frente depois de analisar os riscos, faça a travessia em primeira ou segunda marchas (posição 1 ou L nos carros automáticos com opção de trocas manuais), que são mais fortes. Além disso, mantenha sempre uma distância segura do veículo à sua frente. Assim, poderá desviar de algum obstáculo pelo caminho sem precisar parar. Por fim, não acelere demais para não causar ondas, o que pode facilitar a entrada de água pelo escapamento.




Fiquei preso, e agora?

Se a água continuar subindo e você perceber que não terá condições de atravessar a enchente, o melhor a fazer é abandonar o carro. Procure um lugar seguro para se abrigar até a chuva passar e a água começar a baixar. Não é uma decisão fácil a ser tomada, mas sua vida é mais preciosa que qualquer bem material. 

Se você conseguiu desligar seu veículo e deixá-lo estacionado, mas a água cobriu boa parte da carroceria, chame um guincho para levá-lo direto para uma oficina especializada em recuperação de carros que passaram por alagamentos. Nunca tente dar a partida, já que a água  pode danificar o motor e até causar um calço hidráulico (entrada de água nas câmaras de combustão do motor).

Será preciso fazer uma checagem geral e trocar todos os fluidos, como óleo do motor, da transmissão, dos freios, da direção hidráulica e do sistema de arrefecimento. Filtros também precisam ser substituídos. Além da parte mecânica, é importante verificar os sistemas elétrico e de ventilação, além do estofamento, que está sujeito a contaminação por fungos e bactérias. E prepare o bolso, já que o reparo não é barato.


BYD Dolphin
BYD/Divulgação

Tenho um carro elétrico, qual é o procedimento?

Por mais contraditório que possa parecer, os carros elétricos são mais seguros em enchentes que os modelos a combustão. E não, não há perigo de tomar um choque se você passar com ele por um trecho alagado.

Isso porque esse tipo de veículo tem os módulos eletrônicos e a bateria selados para impedir a entrada de água. Como o elétrico não tem escapamento, não há risco de entrada de água por ali, então a travessia pela água pode ser feita até uma profundidade um pouco (e não muito!) maior. Além disso, por conta do peso maior devido às baterias, é mais difícil que o veículo seja levado pela correnteza e saia boiando.


Mesmo que a proteção dos componentes esteja comprometida, o próprio sistema desarma os polos das baterias para evitar um curto-circuito, por exemplo. As chances de recuperação de um elétrico que ficou submerso também são maiores, já que não existe o risco de fundir o motor.

Mas fique ligado: os híbridos, por sua vez, necessitam dos mesmos cuidados dos carros a combustão, já que são equipados com um motor tradicional que terá os mesmos problemas caso seja afetado pela enchente.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.