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Entrevista: diretor de engenharia da Fiat
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Entrevista: diretor de engenharia da Fiat

O engenheiro italiano Claudio Demaria, responsável pela implantação do polo de desenvolvimento do novo Uno, está de volta ao Brasil. Em entrevista ao JC, ele falou sobre sobre a integração com a norte-americana Chrylser e a importância do País para o...

22 de ago, 2011 · 4 minutos de leitura.

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 Entrevista: diretor de engenharia da Fiat

TEXTO: MILENE RIOS
FOTO: FIAT/DIVULGAÇÃO

O italiano Claudio Demaria tem 56 anos, 37 dos quais dedicados à engenharia da Fiat. Ele chegou ao Brasil em 2005 para montar um polo de desenvolvimento na fábrica de Betim (MG). Após cumprir essa missão, em 2008 foi chamado de volta à Itália pelo presidente do grupo, Sergio Marchionne, para alinhar as plataformas das várias marcas da empresa às da recém-incorporada Chrysler. Após colocar a casa em ordem, o executivo regressou ao País para coordenar o projeto de um novo compacto que, embora ele não confirme, substituirá o Mille. Demaria concedeu a seguinte entrevista ao JC:

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Como foi participar dessa integração entre Fiat e Chrysler?
Eu nunca havia feito nada parecido nesses anos de empresa. Organizamos todos os modelos do Grupo Fiat (Alfa Romeo, Ferrari, Lancia e Maserati) aos da Chrysler. Foram dois anos e meio de trabalho em Turim (Itália) cujos resultados serão vistos entre 2012 e 2015. Juntamos a dinâmica dos veículos Fiat com a praticidade e conforto dos modelo da Chrysler.

Por que você voltou ao Brasil?
Voltei a mando do Marchionne para participar da criação de um novo carro nacional que será produzido na unidade de Goiana (segunda fábrica da Fiat no País, que será erguida em Pernambuco e começa a produzir em 2014). E os trabalhos não devem parar por aí.

Como a engenharia brasileira é vista pelo Grupo Fiat?
Até 2005, todos os projetos destinados ao País nasciam na Itália. Vim pela primeira vez para criar uma estrutura de desenvolvimento para o Novo Uno. Hoje, Betim é um dos três maiores polos da empresa, ao lado dos de Turim e Detroit (EUA). E está ganhando autonomia. O trabalho mais recente foi o acerto da suspensão do Freemont. Redefinimos a geometria e mudamos o centro de rolamento para dar mais estabilidade ao carro e alteramos o balanceamento das molas para chacoalhar menos. Ele ficou com mais “atitude”.


Isso só serve para o Brasil?
A princípio era para atender o mercado local, por causa das irregularidades do piso aqui. Mas o resultado surpreendeu até os norte-americanos, que resolveram adotar a calibração brasileira. A coisa está indo tão bem que já se fala em fazer intercâmbio entre engenheiros da Chrysler e da Fiat em Betim.

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