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Ferrari 296 GTB é apresentada no Brasil e chega em dezembro
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Ferrari 296 GTB é apresentada no Brasil e chega em dezembro

Com zero a 100 km/h em 2,9 segundos e máxima de 330 km/h, Ferrari 296 GTB une o motor 3.0 V6 a um conjunto híbrido que gera incríveis 830 cv

Vagner Aquino, Especial para o Jornal do Carro

30 de jun, 2022 · 6 minutos de leitura.

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Ferrari 296 GTB híbrido
Ferrari 296 GTB é apresentada no Brasil com sistema híbrido desenvolvido na Fórmula 1
Crédito:Vagner Aquino/Estadão

A Via Itália, representante da Ferrari no Brasil, apresentou nesta quinta-feira (30) a primeira unidade do supercupê 296 GTB no País. Revelado há um ano, o modelo é o segundo híbrido da história da marca italiana, e o primeiro a ter produção em série. Além disso, é também o primeiro Ferrari “de rua” a usar motor V6. Ele chega ao Brasil em dezembro. Por isso, o preço de cada um dos 20 exemplares previstos pela importadora não foram anunciados.

O superesportivo herda um sistema criado na Fórmula 1 em 2014, e promete não deixar saudades dos antigos motores V8 ou V12. O conjunto híbrido combina um 3.0 V6 a gasolina a um motor-gerador elétrico alimentado por um pacote de baterias de 7,45 kWh. Assim, gera 830 cv de potência e parrudos 75,4 mkgf de torque – a 6.250 rpm. Segundo a Ferrari, a aceleração de zero a 100 km/h leva 2,9 segundos, enquanto a velocidade máxima alcança 330 km/h.

Ferrari 296 GTB híbrido
Vagner Aquino/Estadão

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Separadamente, o motor V6 a combustão gera 663 cv de potência a 8.000 rpm. Dessa forma, estabelece um recorde, afinal, tem 221 cv/litro – é o primeiro carro com relação tão expressiva. Já o motor elétrico gera 167 cv extras. Como se trata de um híbrido plug-in, que pode ser recarregado em tomadas, o 296 GTB tem um conector para recarga próximo da porta do motorista. Com a bateria carregada, pode percorrer até 25 km em modo elétrico.

Entretanto, utilizando apenas eletricidade, o superesportivo tem velocidade máxima limitada 135 km/h. A partir disso, pede ajuda ao motor V6, que trabalha com um câmbio automatizado de dupla embreagem e 8 marchas com diferencial eletrônico. Ou seja, a mesma transmissão dos irmãos SF90 Stradale, Roma, Portofino M e SF90 Spider.



Ferrari 296 GTB híbrido
Vagner Aquino/Estadão

Tecnologia em nome da performance

Um elemento interessante no Ferrari 296 GTB é o spoiler ativo integrado ao para-choque traseiro. O componente fornece um downforce de até 360 kg sobre o eixo traseiro, a uma velocidade de 250 km/h. Além disso, o pacote Assetto Fiorano ajuda a reduzir o peso do cupê, que é de 1.470 kg em ordem de marcha. Dessa forma, melhora o desempenho.

Outro destaque no supercupê híbrido é o controle de distribuição de tração ABS evo. Em síntese, o sistema usa os dados do sensor de seis vias na carroceria, bem como dos freios “by-wire” (eletrônicos e sem cabos), tal como ocorre nos carros de competição.

Ferrari 296 GTB híbrido
Vagner Aquino/Estadão

Por dentro do Ferrari 296 GTB

Como previsto, o superesportivo de Maranello tem a cabine impecável. Embora não seja fácil entrar no carro – afinal, tem 1,18 metro de altura -, por dentro, o cupê dá um show de beleza e tecnologia. Logo de cara, nota-se que há duas telas no painel. Entretanto, nenhuma é central. Uma fica atrás do volante e traz o quadro de instrumentos, outra é um pequeno visor à frente do passageiro, que pode ver os dados de bordo. Inclusive, a velocidade de cruzeiro.

O botão de partida é sensível ao toque, tem Head-Up display, com informações projetadas no para-brisas, bem como estofamento de couro nobre. Há ainda várias peças de acabamento feitas de fibra de carbono, material superleve que ajuda a reduzir o peso. Por fim, o volante também traz botões sensíveis ao toque, além dos clássicos paddle-shifts.

Ferrari 296 GTB híbrido
Vagner Aquino/Estadão

296 GTB não é primeiro Ferrari V6

Após 48 anos, o motor V6 volta a equipar um superesportivo da Ferrari. Até então, apenas os cupês Dino 206 GT, 246 GT e 246 GTS utilizaram motor de seis cilindros em “V”. Foi entre as décadas de 1960 e de 1970. Entretanto, nenhum dos três carregava o emblema do cavalo rampante. Eram modelos de competição, tal como o F2 Dino 156 de 1957. Por isso, o 296 GTB é o primeiro V6 de produção em série. Mas que fique claro: ele vem eletrificado.

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.