Faz apenas uma semana que a Ferrari revelou o Purosangue, primeiro SUV da história da marca italiana. E parece que o receio de desagradar os clientes mais “puristas” ficou para trás. Afinal, a demanda foi tão grande, que a montadora deve bloquear novos pedidos para conseguir entregar as unidades já encomendadas. Em entrevista ao site britânico, Automotive News, o diretor comercial da Ferrari, Enrico Galliera, afirmou que, após a divulgação do motor V12, as encomendas “explodiram”.
Vale dizer que os primeiros pedidos aconteceram em setembro de 2018, assim que a marca do cavalo rampante anunciou a produção do SUV. No entanto, o que causou o aumento no volume de pedidos foi o anúncio do desempenho do carro. O motor V12 entrega 725 cv de potência e um torque parrudo de 72,9 mkgf. Assim, consegue acelerar de zero a 100 km/h em 3,3 segundos e alcançar 310 km/h de velocidade, segundo a Ferrari.
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Mesmo sem confirmar o número total de encomendas, o diretor disse que a demanda, com certeza, foi além das expectativas. Mesmo com preços partindo de R$ 390 mil euros. Ou seja, cerca de R$ 2 milhões na conversão atual direta. “Corremos o risco de não sermos capazes de satisfazer a demanda, e talvez precisemos fechar a entrada de pedidos muito em breve”, declarou Galliera.
Exclusividade
Como sabemos, a Ferrari sempre deixou claro seu plano de exclusividade. A marca, inclusive, não quer chamar o Purosangue de SUV. “É (um veículo) diferente de qualquer outro”, defendeu o CEO da Ferrari, Benedetto Vigna. Portanto, mesmo com a fila de clientes novos querendo o modelo, a marca vai respeitar a fidelidade dos que já possuem um Ferrari. estes, portanto, terão prioridade para receber o Purosangue.
Nessa linha, a empresa também anunciou que vai limitar a produção do utilitário. Dessa forma, não vai responder a mais de 20% da fabricação anual. Atualmente, a capacidade da fábrica da Ferrari em Maranello é de 15 mil unidades. Assim, o SUV poderá ter 3 mil modelos por ano. Além disso, Galliera também comentou sobre a produção total, que deve ser de 12 mil a 15 mil unidades, já que o ciclo de vida normal de uma Ferrari é de quatro a cinco anos.
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“Apesar da alta demanda, manteremos o controle do volume, algo que está de acordo com nosso DNA, com nossa missão fundadora, que é permanecer extremamente exclusiva. E a única maneira de permanecer assim é controlar a demanda e a oferta”, comentou Enrico Galliera.
Cara de SUV
Diferente do previsto, o concorrente de Lamborghini Urus, Aston Martin DBX, Porsche Cayenne e cia não tem opções “ecológicas”. Pelo menos por enquanto. No entanto, o utilitário traz novidades na cabine, já que é uma configuração completamente nova para a montadora.
O SUV Purosangue tem quatro assentos (configuração 2+2) e o mesmo painel com display digital de 10,2″ já visto em outros modelos da Ferrari. Assim, não tem multimídia ao centro, mas há uma tela para o passageiro da frente. O ponto alto são portas traseiras do tipo suicida, que se abrem em direção oposta às portas dianteiras.
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Para substituir o tradicional sistema de navegação integrado, o carro oferece, pela primeira vez na marca, compatibilidade Android Auto e Apple CarPlay. No volante, um botão permite escolher os modos de condução. Por fim, a forração interior tem várias combinações de couro, com Alcantara e acabamentos em fibra de carbono.