Com 47% das vendas de veículos leves no Brasil em 2023, os SUVs são os preferidos do consumidor. Por isso, têm papel estratégico e funcionam como vitrine para os conteúdos mais modernos. Isso explica, ao menos em parte, os preços, que dispararam. Por outro lado, o nível tecnológico é proporcionalmente alto. Essa é a tônica ao volante do Fiat Fastback Impetus, com tabela de R$ 146.990 em São Paulo.
Esta é a versão mais cara do SUV com linhas de cupê e motor 1.0 turbo flexível e câmbio automático CVT, que simula sete marchas. O três-cilindros gera até 130 cv de potência e torque de 20,4 mkgf a partir de 1.750 rpm, com etanol. Conforme a Fiat, o Fastback acelera de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos. Isso confirma nossa boa impressão ao volante. No dia-a-dia, o modelo da marca italiana é ágil.
Mas, apesar do desempenho convincente e dos bons números de consumo, de até 13,9 km/l na estrada, com gasolina, o preço do SUV pode assustar muita gente. Como assim um carro com motor 1.0 turbo por mais de R$ 145 mil? E feito no Brasil, em Betim (MG)… A resposta está no pacote de soluções eletrônicas, que inclui, por exemplo, assistentes de condução semiautônoma, como farol alto com acionamento automático e frenagem automática em caso de emergência.
Pacote encorpado
Pouco a pouco, esses itens vão se tornando obrigatórios nos modelos dessa faixa de preço. Mas o SUV da Fiat também entrega alta conectividade. Atualmente, aliás, é um dos mais “conectados” nesta faixa de preço. A versão Impetus traz chip de internet, quadro de instrumentos digital com tela de 7 polegadas e multimídia com tela de 10” e espelhamento sem fio de celulares com Apple CarPlay e Android Auto.
Ao entrar no SUV e dar a partida no motor, o celular se conecta à central multimídia prontamente. Com isso, permite acessar aplicativos como Spotify e Waze, para citar dois dos mais populares. Também é possível usar assistentes virtuais e comandos por voz. Bem como acessar dados e comandos pelo smartphone em tempo real, como ligar o motor e ver a localização do carro. Isso ainda não está disponível em rivais como Chevrolet Tracker e VW Nivus, por exemplo.
Ao mesmo tempo, o Fastback tem carregador de celular por indução e freio de estacionamento com acionamento elétrico, além de controles eletrônicos de estabilidade e tração. Seu ponto fraco são os quatro air bags, sendo dois frontais e dois nas laterais dianteira. Ou seja, fica devendo bolsas do tipo cortina na área das janelas traseiras. Praticamente todos os concorrentes trazem seis air bags de fábrica.
Porta-malas é trunfo
Se deve air bags, o Fiat Fastback tem uma carta curinga contra os rivais. Com 2,53 metros de distância entre os eixos, mesma medida do SUV menor, Pulse, o espaço na cabine não é dos maiores. Entretanto, o caimento em diagonal do teto e o balanço traseiro grande resultaram em um porta-malas generoso, de 516 litros no padrão VDA. Ou seja, quase o mesmo tamanho do compartimento do sedã Cronos (525 l).
Enquanto isso, a média dos SUVs compactos é bem menor. Isso pode parecer apenas um detalhe, mas, na prática, o bagageiro do SUV da Fiat é realmente grande. Por exemplo, são 393 l no Chevrolet Tracker, 415 l no VW Nivus e 354 l na nova geração do Honda HR-V. Já o Hyundai Creta tem 422 l, o Nissan Kicks conta com 432 l e o Renault Duster, o que mais se aproxima do Fiat, tem 475 l.
Seis meses de mercado
Com entregas a partir de outubro de 2022, o Fiat Fastback acaba de completar seis meses no mercado. E os números de vendas são ótimos. Ou seja, foram 9.889 unidades emplacadas de outubro a dezembro do ano passado. Assim, a média mensal foi de cerca de 3.300 carros. Por sua vez, de janeiro a março de 2023 foram 8.705 unidades emplacadas. Assim, a média foi de 2.900 exemplares por mês.
Com esse desempenho, o Fastback é o 10º SUV mais vendido do Brasil, quase empatado com o VW Nivus e à frente do novo Honda HR-V. Isso mostra que a Fiat acertou na estratégia de oferecer um modelo com estilo inovador, muito recheio eletrônico e porta-malas com bom tamanho para as famílias.