Por conta de muitos desafios técnicos e legais, carros autônomos ainda vão demorar a chegar às mãos dos consumidores. Mas esses problemas não afetam os veículos de uso das forças armadas. Dessa forma, a empresa de engenharia de software Kodiaks apresentou seu primeiro protótipo militar de uma Ford F-150 que dirige sozinha. O projeto foi feito após a companhia vencer uma licitação de US$ 50 milhões (R$ 245 milhões) do Departamento de Defesa dos EUA.
A picape vai servir como unidade de testes para tecnologias futuras. Nesse meio tempo, o Exército norte-americano vai poder avaliar sistemas de reconhecimento e segurança em missões de alto risco. O próximo passo será usá-los em veículos militares.
A Kodiak preparou a caminhonete em apenas seis meses. Isso porque a tecnologia já estava sendo aplicada em caminhões desenvolvidos pela empresa.
Como funciona a F-150 autônoma
A operação da F-150 é feita de forma simples. A peça-chave para o funcionamento do sistema é o chamado DefensePod. São as saliências que aparecem acima dos para-lamas. Por serem equipamentos modulares, também podem ser aplicados em outros tipos de veículos. Como os preparados para operações militares, por exemplo. Além disso, funcionam mesmo sem internet.
Apenas mudanças mecânicas permitiram que o equipamento interagisse com o computador da F-150. Foram feitos ainda ajustes na suspensão para melhorar o comportamento da picape no off-road.
Os DefensePods têm sensores, radares, tecnologia lidar e câmeras para operar a picape sem um condutor. Ou seja, ela pode entrar em locais perigosos sem colocar os soldados em risco. De acordo com a Kodiak, o sistema pode levar a F-150 até áreas não cobertas pelo GPS. Isso inclui trechos de rochas, areia, lama e água em zonas de guerra. É possível ainda controlar a caminhonete de forma remota ou deixar um ocupante dirigir o veículo normalmente.
A empresa diz os DefensePods podem ser reparados com treinamento mínimo. Desse modo, é possível trocar o equipamento em menos de 10 minutos durante uma missão, caso seja necessário. O veículo também pode ser usado no resgate de soldados durante conflitos. A Ford, entretanto, não participou do projeto. Portanto, a escolha da F-150 se deu por conta das capacidades comprovadas da picape.
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