Quando chegar ao mercado, no fim do ano que vem, o Mustang Mach-E, primeiro SUV elétrico da Ford, vai ter dois desafios pela frente: o primeiro é convencer o público convencional de que vale a pena virar a chave e comprar um carro elétrico, mesmo que ele tenha um nome que é quase sinônimo de (muita) gasolina. O segundo é tentar atrair a atenção de quem está propenso a comprar um Tesla, marca que nasceu fazendo veículos elétricos, e que em tese tem mais experiência no setor.
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A Ford quer ser a nova Tesla. Ou, pelo menos, rivalizar com ela. E quais suas chances? Vamos imaginar um duelo hipotético entre o Mustang Mach-E e o Tesla Modelo Y, SUV que também deverá chegar no ano que vem.
A começar pelo preço, a Tesla sai em vantagem. O Modelo Y deverá chegar por cerca de US$ 39 mil (aproximadamente R$ 163 mil, na conversão direta) na versão mais barata, enquanto o Mach-E irá partir de US$ 43.895 (cerca de R$ 183 mil).
Os dois deverão ter a mesma autonomia: até 480 quilômetros. Mas o Tesla deve chegar primeiro. Embora os dois sejam esperados para o ano que vem, o Modelo Y é previsto para chegar às lojas na metade do ano, enquanto o Ford chega no fim de 2020.
Mustang Mach-E oferece menos espaço
Em relação a espaço interno, o Tesla também deverá ser a melhor escolha, pelo menos para quem pretende levar mais ocupantes. De acordo com a fabricante, o Modelo Y oferecerá sete lugares, ante os cinco do Ford.
No que diz respeito a tempo de recarga de bateria, mais uma vez a balança pende para a Tesla. De acordo com a empresa, 15 minutos de carga nas estações da marca são suficientes para uma autonomia de 270 km. A Ford anuncia que o Mustang Mach-E é capaz de alcançar autonomia de 75 km em dez minutos plugado em uma estação de carga rápida.
Além disso, donos de Tesla têm à disposição muito mais pontos de carga espalhados pelos Estados Unidos. Qualquer elétrico tem acesso a pontos públicos, compatíveis com a maioria das marcas, mas só os carros da Tesla conseguem conexão aos pontos exclusivos da empresa. A Tesla tem mais de 1.600 estações Supercharger e mais de 14.400 pontos na América do Norte.
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Embora a Ford tenha tentado vincular a imagem de seu primeiro elétrico ao mito Mustang, é difícil negar que há algumas coincidências entre o Mach-E e os elétricos da Tesla. É o caso do grande monitor de 15,5 polegadas no centro do painel, que permite controlar várias funções do veículo. Além dela, como no Tesla, as atualizações do sistema são feitas automaticamente (sem necessidade de levar o carro a uma concessionária), e é possível abrir a porta por meio de comandos no celular.
Condução semiautônoma
Os dois modelos virão equipados com sistemas de condução semiautônomos. Eles são capazes de esterçar o volante, frear e acelerar, embora em ambos os carros ainda seja necessário um motorista. No entanto, o sistema Autopilot da Tesla dispõe de algumas funcionalidades adicionais. É o caso, por exemplo, da habilidade para mudar de faixa de rolamento, não disponível no Co-Pilot360 Assist, da Ford.
Fazer um carro elétrico é um grande passo para marcas tradicionais, mas talvez ainda insuficiente para suplantar a Tesla.