Quem se lembra do Freelander? O SUV da Land Rover saiu de linha em 2015 para dar lugar ao Discovery. Mas seu nome pode voltar a ficar em evidência nos próximos anos. Isso porque a nova linha de elétricos do grupo JLR feita com arquitetura dos carros da chinesa Exeed (braço de luxo da Chery) vai se chamar… Freelander!
A princípio, a nova marca será vendida apenas na China, mas eventualmente a operação será ampliada globalmente. As duas empresas, que têm uma parceria desde 2012, assinaram uma Carta de Intenções com o objetivo de reforçar a oferta de produtos da CJLR (Chery-Jaguar Land Rover). Assim, a Freelander será, de acordo com comunicado, “uma marca independente com uma gama moderna de veículos elétricos”.
Os carros da Freelander serão feitos na cidade de Changshu, onde já existe uma fábrica da CJLR desde 2014. Por lá são produzidos Discovery Sport, Range Rover Evoque e os Jaguar E-Pace, XF e XE (os dois sedãs nas versões com entre-eixos alongado). No final do ano passado, a filial brasileira da JLR declarou que tem capacidade de produzir carros elétricos em Itatiaia (RJ), mas para isso precisaria de investimentos da matriz. Quem sabe não teremos modelos da Freelander feitos em terras tupiniquins em breve?
Tecnologias vão beneficiar a Freelander
Nos últimos 12 anos, a Jaguar Land Rover ajudou a Chery com ajustes de suspensão e até com pitacos no design dos carros da marca. Além disso, o sistema de vetorização de torque da chinesa, usado no SUV Jaecoo J8 (que estreia no Brasil no início do ano que vem), por exemplo, também vem da JLR.
Entretanto, a fabricante britânica está um passo atrás das concorrentes quando o assunto é eletrificação. Até o momento, o único carro elétrico do grupo é o Jaguar I-Pace. Agora é a vez da Chery dar uma mãozinha. E a plataforma modular E0X, que serve de base para os modelos da Exeed Exlantix ET (foto), Luxeed S7, entre outros, será fundamental nessa parceria.
Plataformas da Chery compartilhadas com a JLR
A primeira plataforma compartilhada entre as duas empresas será a M3X, dedicada a modelos a combustão e híbridos. Assim, é possível combinar motores a gasolina e elétricos em nove modos de operação, 11 combinações de transmissão, autonomia de mais de 1.000 km e uma eficiência térmica de 44,5%, de acordo com informações técnicas da montadora.
Já a segunda arquitetura E0X – essa a que mais interessa à Freelander, que tem foco nos EVs – tem como fonte uma parceria entre a Chery e a Huawei. Ela engloba modelos dos segmentos A a C, além de diversos tipos de carroceria. Pode ser base de carros apenas elétricos ou os chamados veículos de autonomia estendida, que atendem pela sigla EREV (Extended Range Electric Vehicle). A arquitetura suporta sistemas de alta tensão de 400 volts e 800 volts, tecnologias semiautônomas avançadas e tem um consumo de energia de 12 kWh/100 km.
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