Ford, GM e Jeep enfrentam greve em fábricas nos Estados Unidos. Nesta sexta-feira (15), plantas das três montadoras pararam simultaneamente. Conforme a imprensa dos EUA, os grevistas querem aumentos de salários e mais benefícios. Os protestos começaram na fábrica da Ford, no Michigan, da GM, no Missouri, e da Stellantis, em Ohio. Esta faz carros da Jeep – o grupo também é dono de Citroën, Chrysler, Fiat, Peugeot e RAM, por exemplo. Assim, a greve afeta a produção de modelos vendidas no Brasil. Ou seja, os Ford F-150 e Mustang, os Jeep Wrangler e Gladiator e os Chevrolet Camaro e Bolt.
A greve na Ford, GM e Jeep começou após o fracasso das negociações sobre salários, benefícios e escalas de trabalho. O United Auto Workers (UAW), sindicato que representa os trabalhadores, exige aumento salarial de 36% em quatro anos. Porém, as montadoras oferecem 20% ao longo de quatro anos e meio. Segundo o presidente do UAW, Shawn Fain, a oferta é “inadequada” após anos de inflação crescente. Bem como diante do avanço dos lucros das empresas e da remuneração de seus altos executivos.
Seja como for, é a primeira vez que uma greve para, simultaneamente, fábricas da Ford, GM e Jeep nos EUA. A última greve nacional do setor automotivo no país foi contra a GM, em 2019. Na fábrica da Jeep, em Toledo, um operário do turno da noite, por exemplo, recebe cerca de US$ 32 por hora. Ou seja, pouco mais de R$ 150 na conversão direta, sem taxas. Os grevistas vão receber US$ 500 por semana do fundo de greve do UAW. Portanto, cerca de R$ 2.400 semanais.
Importados de Ford, GM e Jeep
Porém, diferentemente do Brasil, por exemplo, os operários não contam com benefícios como fundo de garantia em caso de dispensa. Bem como férias remuneradas, por exemplo. Além disso, não há um sistema de saúde pública, como o SUS. Assim, as negociações sobre salários e benefícios costumam ocorrer de forma direta entre os sindicatos e as empresas. Agora, as exigências dos grevistas incluem semana de trabalho de 32 horas, pensões para todos os trabalhadores e assistência médica financiada pela empresa durante a aposentadoria.
Conforme representantes da Ford e da Stellantis, a greve não vai afetar o oferta de veículos no Brasil. Seja como for, o vice-presidente da Ford América do Sul, Rogelio Golfarb, diz que a filial brasileira da empresa está monitorando a situação. “Estamos acostumados com oscilações na oferta de produtos”, afirma. De acordo com ele, a Ford mantém mecanismos de gestão para evitar o desabastecimento de produtos. Um porta-voz da Stellantis também diz que não haverá impacto. “A Stellantis tem estoques suficientes para atender a demanda”, afirma. Até a publicação desta reportagem, a GM do Brasil não havia respondido os questionamentos do Jornal do Carro.
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Inscreva-se*O jornalista viajou aos EUA a convite da Ford