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Montadoras chinesas vão produzir ⅓ dos carros novos no mundo em 2030
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Montadoras chinesas vão produzir ⅓ dos carros novos no mundo em 2030

Estudo feito pela empresa suíça UBS garante que montadoras de origem ocidental estão prestes a perder participação no mercado global para fabricantes chinesas

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

14 de set, 2023 · 5 minutos de leitura.

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chinesas byd
BYD se destaca por fabricar carros mais acessíveis e mais baratos de produzir
Crédito:Jady Peroni/Jornal do Carro

Até pouco tempo, a BYD era apenas uma empresa que fabricava ônibus elétricos no interior de São Paulo e liberava alguns carros, de visual insosso, para frotas corporativas. Mas, de uns tempos para cá, a marca – que lançou o fenômeno Dolphin e vai se instalar na Bahia a partir do ano que vem – se tornou a pedra no sapato de marcas ocidentais. E não é só ela. As chinesas estão com tudo. Afinal, um estudo aponta que, até 2030, ⅓ dos carros novos feitos em todo o mundo virão de lá.



De acordo com dados de uma pesquisa realizada recenemtente pelo grupo suíço UBS, cerca de 33% de todos os carros vendidos no mundo serão produzidos na China até 2030. Para se ter ideia, as fabricantes ocidentais, até o ano passado, mantinham 81% de participação global. Número que deve cair para 58% até o início da próxima década.

Boa parte desse avanço vem da BYD. Afinal, o principal ponto da chinesa é não depender tanto de fornecedores de fora, pois ela mesma produz 75% de seus carros. Isso os tornará ainda mais baratos (e mais competitivos) no futuro. Assim, a fabricante registra vantagem de 25% na comparação com os custos de montadoras europeias e norte-americanas, como a Tesla, por exemplo.

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chinesas
Chinesas vendem mais que marcas tradicionais, como a Volkswagen (Volkswagen/Divulgação)

Para se ter ideia, menos de 10% dos componentes do sedã Seal (sedã elétrico recentemente lançado no Brasil, por R$ 296.900) vêm de fábricas de fora da China, o que permite controle total da cadeia produtiva à BYD. Sem contar que a marca também fabrica suas próprias baterias e semicondutores. Isso faz com que tenha credenciais para deixar outras montadoras para trás. É tanto que a BYD destronou a Volkswagen como a marca de carros mais vendida na China no início deste ano.

Tesla também deve crescer

Ainda em números, o relatório garante que a Tesla deve subir sua participação de 2% para 8% até o começo da próxima década. Mas nem mesmo a marca de Elon Musk é páreo para as chinesas. Afinal, um Model 3 tem desvantagem de custo de 15% frente à um modelo da BYD, aponta o documento.


Neue Klasse é modelo inovador da BMW (BMW/Divulgação)

Para não cair no ostracismo, fabricantes tradicionais, como BMW e Mercedes-Benz, por exemplo, tentam recuperar o tempo perdido e, assim, apresentar modelos elétricos dotados das mais inovadoras soluções a fim de atrair a clientela. A marca bávara, a princípio, apresentou seu protótipo Neue Klasse durante o Salão do Automóvel de Munique (Alemanha) na última semana. A ideia é unir zero emissões e muita tecnologia. Destaque, assim, para a tela digital com largura do para-brisa e software que pode operar até por gestos.

Essa atitude, aliás, deixa a BMW em destaque frente outras fabricantes premium. Na China, seus modelos elétricos vendem mais que a concorrência, composta por Audi e Mercedes-Benz, entre outras.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.