Depois de agitar o mercado de elétricos e híbridos, os chineses querem incomodar, também, o tradicional segmento de picapes médias. A partir do ano que vem – já com atraso -, Chevrolet S10, Ford Ranger, Nissan Frontier, Toyota Hilux e Mitsubishi L200 Triton ganharão uma nova concorrente, a GWM Poer.
Na Argentina, onde já é vendida, a picape chega por importação direta da China. No Brasil, contudo, a ideia é que a Poer já seja lançada com produção nacional, em Iracemápolis, no interior de São Paulo. A informação, a princípio, foi confirmada pelo chefe de operações comerciais da Great Wall Motor, Oswaldo Ramos, com exclusividade ao Jornal do Carro em setembro, na Live Momento Mobilidade, do caderno Mobilidade Estadão (veja mais). Desse modo, quando chegar, em 2024, pode ter versões mais acessíveis por conta da produção local.
Ainda é muito cedo para falar em preços, mas acredita-se que custe algo entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. Ao contrário das rivais diretas, um de seus trunfos, a princípio, é a motorização híbrida. A GWM, porém, ainda prefere manter a mecânica em segredo. Cabe recordar que as únicas eletrificadas do mercado brasileiro são Ford Maverick Hybrid (híbrida) e JAC iEV-330P (elétrica).
Especula-se que o conjunto da Poer seja igual ao do irmão SUV H6. Portanto, motor 1.5 turbo em conjunto com dois elétricos (um em cada eixo) que entregam, juntos, 393 cv e 77,7 mkgf de torque. Além disso, uma versão de entrada da picape, com mecânica do H6 HEV – sem tomada de carregamento externo, apenas um motor elétrico e potência combinada de 243 cv -, também deve constar nos planos da marca chinesa.
Motor 2.0 flex e dois elétricos
Todavia, a ideia mais concreta é que a GWM use o sistema híbrido plug-in (Hi4) já com alimentação flexível (gasolina e etanol) na Poer. A solução usa três motores conectados. Ou seja, um elétrico em cada eixo e uma unidade a combustão na dianteira, com 2 litros, turbo, quatro cilindros, 16 válvulas e injeção direta de combustível.
Em números, o motor a combustão tem potência máxima de 255 cv e 38,7 mkgf (dados com gasolina, afinal, o sistema flex ainda segue em desenvolvimento). O dual motor elétrico, por sua vez, tem 163 cv. Potência combinada: 462 cv. As baterias têm 20 kWh e dão autonomia elétrica de 100 km ao modelo.
Mecanicamente, pode oferecer tração 4×4 sob demanda, bloqueio do diferencial traseiro e três modos de condução. Afinal, tudo isso é encontrado na versão 4WD Super Luxury, vendida na Argentina. Por lá, no entanto, o motor é turbodiesel.
Dimensões
O que não muda, certamente, são as dimensões – salvo alguns poucos centímetros por causa de para-choques, rack de teto e afins. Tem, a princípio, 5,41 metros de comprimento, 1,93 m de largura, 1,87 m de altura e 3,23 m de entre-eixos. Capacidade de carga: 1 tonelada. A capacidade de reboque, por fim, chega a 3,5 toneladas. O visual também deve mudar apenas alguns detalhes. Portanto, destaque para a grade frontal ampla com o logotipo da empresa ao centro e lanternas traseiras em formato vertical.
Na picape vendida no país vizinho, a lista de segurança da Poer traz controles de descida e de estabilidade, além de sistema de condução semiautônoma. Ou seja, tem controlador de velocidade adaptativo com frenagem automática de emergência que reconhece pedestres e assistência de manutenção de faixa com alerta de saída. Na Argentina, a Poer tem ainda identificação de placas de trânsito e vários sistemas modernos. A garantia por lá é de 3 anos ou 100 mil km. Resta saber se vai agradar o exigente consumidor de picapes médias do Brasil, principalmente, os que, de fato, usam os modelos para o trabalho pesado.
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