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Exclusivo: Great Wall vai lançar picape Poer já com produção nacional
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Exclusivo: Great Wall vai lançar picape Poer já com produção nacional

Great Wall confirma ao Estadão que terá rede de abrangência nacional no Brasil e confirma lançamento de SUV e picape no início de 2023

Diogo de Oliveira

23 de set, 2022 · 10 minutos de leitura.

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Great Wall picape
Picape Poer vai (re)inaugurar fábrica da Great Wall Motor em Iracemápolis (SP) no início de 2024
Crédito:Great Wall/Divulgação

Um ano depois de comprar a fábrica que era da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), a chinesa Great Wall Motor está prestes a começar sua operação no Brasil. Segundo Oswaldo Ramos, chefe de operações comerciais (CCO, em inglês), a GWM vai anunciar detalhes da rede no País em outubro. O executivo antecipou novidades ao Jornal do Carro durante participação na Live Momento Mobilidade, do caderno Mobilidade Estadão (veja a íntegra abaixo).

Por exemplo, Ramos conta que a Great Wall terá, logo de saída, uma ampla malha de revendas e pontos de atendimento com cobertura nacional. Além disso, o executivo confirmou que a montadora entregará os primeiros carros aos clientes brasileiros no segundo trimestre de 2023, logo após a inauguração da rede, o que vai acontecer até 31 de março. Em seguida, a GWM iniciará as vendas do SUV Haval H6, que virá importado da China.

Great Wall
Great Wall Motor/Divulgação

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Picape Poer vai inaugurar fábrica em SP

Logo em janeiro de 2022, a Great Wall abriu a fábrica no interior paulista para dar detalhes da operação. Na ocasião, a marca confirmou que vai apostar em SUVs e picapes no Brasil, todos com versões híbridas e conectadas, com tecnologia 5G. Pois, conforme contou Oswaldo Ramos ao Estadão, a GWM vai lançar a picape Poer no País. Porém, o executivo revelou que a futura rival da Toyota Hilux será lançada aqui já com produção nacional, em 2024.

“A picape, já podemos adiantar, será feita no Brasil. Ela requer uma série de especificações próprias do mercado e já compensa ser lançada com produção local. A picape precisa ser brasileira. E precisa ter uma rede de distribuição completa no País inteiro”, contou Ramos.


Ainda segundo o executivo, a picape poderá ter versões a diesel e híbrida. “Quando olhamos para o segmento de picapes, a GWM tem simplesmente 50% das vendas desses veículos na China. E a picape pode sim ser eletrificada, como opção. Podemos ter versão mais tradicional a diesel. Mas a picape tem que ser conectada e inteligente. Afinal de contas, o Agro hoje é o maior campo do Brasil conectado e com inteligência nos seus equipamentos”, explica.

GWM
Haval H6 será o primeiro SUV da GWM no Brasil – Haval/Divulgação

Três marcas: Haval, Tank e Poer

A Great Wall tem uma grande variedade de carros de diferentes tipos e marcas na China. E a montadora já definiu os modelos que serão lançados no Brasil. Como dissemos, o Haval H6 será o primeiro. Segundo Oswaldo Ramos, o SUV será um “produto de imagem”. Isso porque “virá em uma versão super completa de equipamentos, com todo diferencial para mostrar a força da tecnologia da marca”. Os primeiros modelos virão importados a partir de 2023.


“Estamos preparando a fábrica para começar a produção local. Então, os carros de volume e modelos mais dedicados ao mercado brasileiro serão produzidos em Iracemápolis a partir de 2024”, pontua o chefe de operações comerciais da GWM.

GWM/Divulgação

Um detalhe interessante revelado por Oswaldo Ramos é que, no Brasil, a GWM vai usar as marcas como nome dos veículos. Segundo o executivo, isso vai facilitar a identificação de cada linha. O que vai diferenciar os modelos, portanto, serão as combinações de letras e números. Por exemplo, o Haval será o nome do SUV em todas as versões, identificadas por H4 e H6, por exemplo. Ou seja, é como faz a Caoa Chery com os SUVs da linha Tiggo.


O mesmo conceito será aplicado aos modelos da marca Tank, que terá SUVs 4×4 com foco no luxo. Bem como às picapes da linha Poer. A Great Wall ainda tem a submarca Ora, de carros elétricos. A divisão, inclusive, ganhou os holofotes do mundo inteiro em 2021 ao apresentar o Punk Cat, um clone elétrico do VW Fusca. Porém, neste início, a GWM não deverá trazer modelos elétricos ao Brasil. O foco serão os SUVs da Haval e a picape Poer.

Great Wall Motors Haval
Haval/Divulgação

Jolion é o SUV nacional para 2024

Conforme contamos aqui no JC, a grande aposta de vendas da Great Wall no Brasil deverá ser o SUV médio Jolion. O utilitário é um dos mais modernos da Haval na China, com visual sofisticado e porte de Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. Embora não tenha dado detalhes, Oswaldo Ramos apontou que a GWM não usará nomes de origem chinesa. Ou seja, o utilitário deverá se chamar Haval H4 quando estrear em 2024, com produção nacional.


Ativações a partir de janeiro

Embora ainda falte um tempo até a Great Wall começar a vender carros no Brasil, a marca dará início às ativações em breve. Segundo Oswaldo Ramos, a GWM vai comunicar em breve o público brasileiro da chegada da marca ao País. “Fazendo as contas que, de 1º de outubro até 31 de março de 2023, teremos a inauguração dos nossos pontos de distribuição. Mas, antes disso, teremos ativações, com produtos em shoppings e aeroportos”, conta.

Great Wall
Marca Tank terá foco nos SUVs 4×4 (Great Wall Motor/Divulgação)

Conforme relata o executivo, a montadora teve quase 200 candidatos interessados na representação da marca no País. Oswaldo Ramos também diz que a Great Wall não terá concessionárias tradicionais. “Teremos uma série de inovações em nosso modelo de distribuição. Mas precisamos de parceiros regionais que conheçam cada mercado, cada estado e saibam vender e demonstrar produtos nas suas respectivas regiões”, explica.


Ao todo, foram 120 entrevistas individuais e 30 grupos selecionados que serão anunciados até a metade de outubro. “Estamos na reta final, ajeitando toda a documentação e vamos abrir em no máximo um mês nossa estratégia de cobertura”, antecipa. Segundo Oswaldo Ramos, após o anúncio, as instalações ficarão prontas em cerca de seis meses.

“Temos propostas de pontos de vendas e serviços completos para dar essa cobertura nacional. Vamos divulgar em breve todas as lojas e cidades e como vamos prover os serviços”, completa. “Nós fomos disruptivos e até arrojados no modelo de distribuição. Não queremos ser uma marca que está nos centros urbanos, porque logo teremos picapes. Precisamos ter imagem e presença nacional para sermos vistos como uma marca brasileira”, resume o executivo.

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