O Tank será a terceira linha de produtos da Great Wall Motors (GWM) no Brasil. Portanto, o novo jipe irá se juntar às marcas Ora, de modelos 100% elétricos, e Haval, focada em SUVs. Inicialmente, a empresa vai oferecer o Tank 400, versão intermediária da família. Depois, será a vez do Tank 300, de entrada. Por fim, o Tank 700 deverá ser um carro “de imagem”, com baixo volume de vendas.
Embora a GWM não tenha revelado quando os carros irão ao País, a expectativa é de que o Tank 400 chegue entre o fim de 2024 e o início de 2025. De acordo com o diretor de marketing e produto da GWM Brasil, André Leita, a versão intermediária é que deverá concentrar o maior volume de vendas. “Foi o modelo que mais agradou os consumidores”, diz o executivo.
Leite não quis falar sobre expectativa de preços. Porém, é possível dizer que o Tank 400 não sairá por menos de R$ 350 mil. Assim, a GWM aposta que o novo modelo disputará compradores com rivais de peso. Ou seja, principalmente os SUVs Toyota SW4 e Chevrolet Trailblazer, cuja linha renovada chega às lojas em breve. O carro mede 4,99 metros de comprimento, 1,96 m de largura e 2,85 m de distância entre os eixos. Já na SW4 são 4,79 m, 1,85 m e 2,74 m, respectivamente.
Tank 400 tem sistema híbrido
Entretanto, a vida do Tank 400 não deverá ser fácil. Afinal, o jipão vai ser oferecido na configuração Hi4-T, que, embora seja híbrida plug-in (pode recarregar em tomadas), tem motor apenas a gasolina. Trata-se do 2.0 turbo de quatro cilindros com injeção direta de combustível e ciclo Miller. Diferentemente do Otto, o mais comum no Brasil, as válvulas de admissão ficam abertas por mais tempo.
Como resultado, é preciso menos força para comprimir a mistura ar-combustível. Assim, a expansão ocorre de forma mais prolongada que a compressão. Na prática, isso reduz o consumo de combustível. Portanto, o motor de ciclo Miller acaba sendo mais eficiente que o de ciclo Otto. Embora muita gente chame o sistema de cinco tempos, ele tem quatro: admissão, compressão, expansão e exaustão.
Assim, o Tank 400 tem o mesmo trem de força da picape Poer, que deve ser lançada no Brasil no início de 2025. Segundo dados da GWM, o 2.0 a gasolina gera 255 cv de potência e 39 mkgf de torque. Além disso, há motor elétrico na dianteira com o equivalente a 163 cv. Como resultado, a potência combinada é de 408 cv e o torque total chega a pouco mais de 76 mkgf.
Mais de 100 km no modo 100% elétrico
Além disso, o câmbio é automático de nove velocidades e a tração, 4×4. Completam o conjunto o bloqueio dos diferenciais dianteiro e traseiro e a transmissão traseira com cardã. Segundo a GWM, o conjunto híbrido do Tank 400 inclui baterias com capacidade de 37,1 kWh. Com isso, o jipe pode, ao menos em tese, rodar mais de 100 km apenas no modo elétrico. Entretanto, essa medição considera o ciclo chinês CLTC, que é menos rigoroso que o brasileiro Inmetro.
Depois do Tank 400, a GWM deve lançar no Brasil a versão 300. Porém, para essa configuração ainda não há previsão de estreia. Assim como no “irmão” intermediário, há tração 4×4 e sistema híbrido. Contudo, este é convencional – não dá para recarregar as baterias em tomadas. Além disso, a potência é de cerca de 345 cv. Bem como as dimensões são menores: 4,76 m de comprimento e 1,93 m de largura.
Por fim, o Tank 700 é o maior da família. Ou seja, tem 5,11 m de comprimento, 2,06 m de largura e 3 m de distância entre os eixos. Assim, tem capacidade para sete pessoas. Da mesma forma que o 400, tem sistema híbrido plug-in, tração 4×4 e câmbio automático de nove marchas. Porém, seu motor a gasolina é um 3.0 V6 que gera 354 cv e pouco mais de 57 mkgf.
Além disso, há o mesmo motor elétrico do Tank 400. Dessa forma, a potência combinada é de 523 cv e o torque total beira os 82 mkgf. Seja como for, essa opção é a com menor chance de ser vendida no Brasil. Afinal, seu preço não ficaria abaixo dos R$ 400 mil. Ou seja, uma faixa com ampla oferte de produtos de modelos e marcas mais conhecidas dos brasileiros.
*O jornalista viajou à China a convite da GWM Brasil
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