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Híbridos plug-in poluem três vezes mais que o divulgado pelas marcas
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Híbridos plug-in poluem três vezes mais que o divulgado pelas marcas

Segundo ONG europeia, estudo avaliou as versões com baterias recarregáveis em tomadas dos híbridos BMW Série 3, Peugeot 308 e Renault Mégane

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

27 de fev, 2023 · 5 minutos de leitura.

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híbridos
BMW Série 3 polui 300% a mais que o declarado, aponta análise
Crédito:BMW/Divulgação

Há pouco mais de dois anos, a imprensa alemã constatou que os carros híbridos plug-in poluem mais que o divulgado pelas fabricantes. Agora, um novo estudo comprova a informação. Assim como nas aferições feitas no começo de 2021, a ONG Transport & Environment (Transporte e Meio Ambiente) apurou, por meio de trabalhos da Graz University Technology, da Áustria, que todos os carros híbridos com baterias recarregáveis em tomadas emitem mais CO2 do que se acredita.

Segundo a ONG, foram feitos testes com modelos como BMW Série 3, Peugeot 308 e Renault Mégane híbridos plug-in. Como resultado, todos apresentaram emissões aproximadamente três vezes maiores que os dados divulgados pelas fabricantes.

Peugeot 308 híbrido plug-in
O Peugeot 308 plug-in foi um dos modelos testados por universidade austríaca; Foto: Peugeot

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Resultados ruins

A princípio, os testes das marcas foram realizados em laboratório utilizando o padrão europeu WLTP. Segundo as empresas, as emissões de CO2 em ciclo combinado apontaram entre 27 g/km e 37 g/km nos três modelos. Porém, nos ensaios feitos pela ONG os números ficaram entre 85 g/km e 114 g/km nos mesmos carros.

De acordo com os responsáveis pelos testes, todos os veículos estavam com a carga das baterias completa. Além disso, os três percorreram o mesmo trecho de 55 km. Conforme a ONG, o Mégane emitiu 20% mais CO2 do que o anunciado pela Renault. Já o 308, foi 70% mais poluente que o informado pela Peugeot. Por fim, o Série 3 poluiu 300% mais que o declarado pela BMW.

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Mégane foi o modelo menos poluente, mas, mesmo assim, acima do declarado; Foto: Renault

Depois da primeira rodada, a ONG refez o teste com as baterias descarregadas. Ou seja, nesse caso, os carros foram movidos apenas pelo motor a combustão. Desse modo, em ciclo rodoviário o trio emitiu de cinco a sete vezes mais CO2 que o declarado pelas. Por sua vez, em ciclo urbano o resultado foi um pouco melhor. Ou seja, com emissões de CO2 cerca de 1,3 vez maior que os números divulgados.

Assim, cai por terra a ideia de que os carros híbridos plug-in são menos poluentes. Com isso, a ONG informa que é preciso acabar com os subsídios oferecidos pelo governo europeu para a compra de modelos PHEV. Afinal, isso poderia incentivar as fabricantes a produzir modelos totalmente 100% elétricos. Ou seja, que não emitem CO2 enquanto rodam.



Como funciona o híbrido plug-in, ou PHEV

Assim como os híbridos convencionais, os híbridos plug-in combinam motor a combustão e elétrico. A sigla PHEV vem do inglês Veículos Híbridos e Elétricos Plugáveis. Contudo, as marcas informam que a ideia é que esses carros ofereçam boa autonomia no modo 100% elétrico. Para isso, têm baterias bastante robustas.


Como resultado, os híbridos do tipo plug-in oferecem autonomia razoável. Ou seja, de quase 200 km, como é o caso do novo GWM Haval H6 GT, por exemplo – confira no vídeo abaixo. Contudo, a maioria desses modelos têm, em média, 50 km de alcance apenas no modo elétrico.

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