Em 2023, o Hyundai Creta fechou o ano na terceira colocação nas vendas do segmento de SUVs. Já em janeiro, desbancou Volkswagen T-Cross e Chevrolet Tracker para se tornar líder da categoria. E deve se manter nesse patamar em fevereiro, conforme os números preliminares da Fenabrave. Mesmo que tenha sido em um mês que o mercado como um todo registrou queda significativa em relação a dezembro, isso não tira os méritos do modelo da marca coreana. Afinal, a Hyundai lançou novos pacotes em agosto do ano passado que tornaram seu bom custo-benefício ainda mais vantajoso.
Com o sobrenome Safety adicionado às versões tradicionais Limited e Platinum, o SUV ganhou uma série de equipamentos de segurança por R$ 1.500 a mais no preço. Assim, ambas somam à lista alerta de colisão com frenagem automática, assistente de centralização de faixas, farol alto adaptativo e detector de fadiga. Ou seja, não é um valor tão significativo para deixar o carro – e seus ocupantes, principalmente – mas seguros.
Desse modo, por menos de R$ 150 mil, você pode levar o Creta Limited Safety para a garagem. Ou exatos R$ 147.890. Em relação aos principais rivais, o mais próximo em termos de valor é o Tracker Midnight (R$ 148.490), que só tem alerta de frenagem de emergência, por exemplo. Já o T-Cross Comfortline tem frenagem de emergência e detector de fadiga, além de alguns itens não disponíveis no Creta, como ACC e painel de instrumentos digital de 10,25”. Contudo, custa mais de R$ 13 mil a mais: R$ 160.990.
Espaço, equipamentos e design do Creta
Nesse contexto, quem procura um SUV na faixa de R$ 150 mil vê o Creta com bons olhos, e essa versão mais equipada salta aos olhos pela lista de equipamentos recheada e tecnológica. Além de todas as conhecidas características já consagradas do veículo, como o bom espaço interno e o acabamento superior em relação à maioria dos rivais nessa média de preço.
Em termos de medidas, o Creta tem 4,30 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,62 m de altura e um bom entre-eixos de 2,61 m. Ou seja, há um espaço razoável para os passageiros do banco de trás, considerando sua categoria, ainda que seja menor que o T-Cross, com 2,65 m na distância entre os eixos. Há ainda saídas de ar e entrada USB atrás. Já o porta-malas é um dos maiores do segmento, com 422 litros.
Independentemente do pacote Safety desta versão, com os equipamentos de segurança citados, a Limited já trazia uma lista de itens de série bem recheada. Entre os destaques estão direção elétrica progressiva, ar-condicionado automático digital, seis airbags, carregador de celular por indução, câmera de ré com linhas dinâmicas, chave presencial, partida por botão e rodas de liga leve de 17”. A central multimídia tem tela de 8” com conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto e há controles de áudio no volante. Como pontos a serem melhorados, há luzes diurnas de LED, mas os faróis são halógenos. Além disso, o painel de instrumentos é parcialmente digital com tela de 3,5” e os bancos são de tecido.
Por fim, o design “ame ou odeie” do Creta é exatamente o mesmo. Ou quase, na verdade. A única diferença da versão é que as maçanetas são pintadas na cor da carroceria, e não cromadas como na Limited.
Como é rodar com o SUV
Assim como outras versões, a Limited Safety traz o motor 1.0 turboflex de três cilindros que rende 120 cv de potência e 17,5 mkgf de torque. O câmbio é automático de seis marchas com tração dianteira. Quando comparado ao Tracker Midnight e ao T-Cross Comfortline – seguindo os parâmetros de preços -, os conjuntos se assemelham, já que ambos também recebem motor 1.0 turbo e câmbio automático de seis marchas, com números aproximados de desempenho.
De acordo com dados da Hyundai, o modelo chega aos 100 km/h em 11,5 segundos e atinge velocidade máxima de 180 km/h. Já o consumo divulgado pelo Inmetro é de 8,3 km/l na cidade e 8,7 km/l na estrada com etanol, e de 11,6 km/l e 12 km/l, respectivamente, com gasolina. Nada fora da curva.
A grande diferença está na dirigibilidade. O Creta é um carro corretíssimo na direção, confortável e com suspensão equilibrada, focada no conforto. Há uma certa morosidade nas saídas por ser um veículo mais pesadão, com seus 1.270 kg (mais que os rivais, por exemplo). Algo que em ultrapassagens pode ser amenizado se o motorista fizer as trocas de marcha por meio das borboletas atrás do volante.
Entretanto, falta um certo tempero. E nem estamos falando aqui de toques de esportividade, já que em alguns modelos com modo de condução Sport só seguram mais as mudanças de marchas e gastam mais combustível. Mas talvez uma suspensão mais firme e uma direção mais direta poderiam beneficiar o SUV em um contexto geral. No conjunto da obra, contudo, o Creta é uma ótima compra e vale a pena ter um exemplar na garagem. Por tantos atributos, a coroa como líder de vendas na categoria é merecida.
Planos futuros
Ainda vai levar um tempinho para a chegada do novo Creta no Brasil, mas já sabemos como o visual vai ficar. Afinal, o SUV reestilizado foi lançado na Índia no mês passado. E se o design do modelo atual causou polêmica à época do lançamento, o carro de cara nova tem um estilo mais harmônico, com capacidade de agradar um público ainda maior.
Inspirado no Palisade, a frente ganhou um visual mais parrudo, com grade mais retilínea que traz as luzes diurnas de LEDs em formato de L nas extremidades. Logo abaixo, estão os faróis, também de LEDs, além de uma enorme entrada de ar. A polêmica traseira recebeu um formato mais simples e quadrado, com menos elementos. As lanternas bipartidas deram lugar a um conjunto mais simples, interligado por uma barra iluminada que atravessa toda a tampa do porta-malas.
O interior também foi totalmente renovado. No painel, uma única moldura engloba o quadro de instrumentos (agora totalmente digital) e uma central multimídia de 10,25″. O acabamento, por sua vez, ficou mais refinado. A previsão é de que o SUV com esse novo visual chegue ao mercado brasileiro em 2025. Inclusive, o modelo já foi flagrado em testes por aqui. Talvez ele traga o temperinho que falta ao Creta.
Prós
- Custo-benefício da versão com novos itens de segurança, bom espaço interno e acabamento
Contras
- Desempenho é correto, mas falta tempero, visual polêmico tem estilo “ame ou odeie”
Ficha técnica
- Preço: R$ 147.890
- Motor: 1.0, turboflex, 3 cilindros em linha, 998 cm3
- Potência: 120 cv (etanol e gasolina)
- Torque: 17,5 mkgf (etanol e gasolina)
- Câmbio: Automático, 6 marchas; tração dianteira
- Peso: 1.270 kg
- Comprimento: 4,30 m
- Altura: 1,62 m
- Largura: 1,79 m
- Entre-eixos: 2,61 m
- Porta-malas: 422 litros
- Consumo cidade/estrada: 8,3 km/l/8,7 km/l (etanol); 11,6 km/l/12 km/l (gasolina)
- Suspensão: Independente, McPherson (D); eixo de torção (T)
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