O Hyundai ix35 parou de ser feito na fábrica de Anápolis (GO). O motivo são os novos limites de emissões estabelecidos pelo Proconve L7, 7ª fase do Programa de Controle de Emissões Veiculares. Desde 1º de janeiro deste ano, os carros 0-km à venda no Brasil precisam cumprir níveis bem menores de emissões, o que vêm tirando vários modelos de linha.
Por causa da mesma regra, o Hyundai New Tucson também está a um passo de ser afetado. Ao Jornal do Carro, a Caoa explicou que, até março, o SUV segue em produção normal. A partir daí, novidades devem ser apresentadas. Basicamente, a fabricante deve alterar o software do motor e do câmbio. A notícia foi antecipada pelo Autos Segredos.
“Os estudos sobre eficiência energética estão em andamento para todos os nossos produtos. O ix35 oferece maior dificuldade de atualização, mas segue comercializado. Já o New Tucson deve receber novidades e continuar em produção”, informou a Caoa ao JC. Neste mês, a HPE Automotores, que representa Mitsubishi Motors e Suzuki, também confirmou o fim da produção do velho Jimny e do Outlander Sport pelo mesmo motivo.
No gatilho
Em síntese, a Caoa afirma que está de acordo com o que manda a legislação. Afinal, a Instrução Normativa n° 23, de 29 de dezembro de 2021, prorrogou a validade das Licenças para Uso da Configuração de Veículo ou Motor (LCVM). A norma estabelece que veículos com produção iniciada até 31 de dezembro, mas com finalização impedida por falta de componentes, podem ser concluídos até 31 de março de 2022.
E foi justamente isso que a fabricante justificou à reportagem. A fabricante afirma que continua fabricando o New Tucson porque os kits (que vêm de fora) já estavam na fábrica, em pré-produção.
Cabe salientar que os veículos importados de países afetados pela crise (semicondutores) podem ser importados até 31 de março de 2022. Por fim, qualquer uma das situações supracitadas permitem comercialização dos respectivos veículos até 30 de junho deste ano.
Afinal, quais são esses motores?
Feito no Brasil desde 2013, o Hyundai ix35 (chegou aqui em 2010) tem motor 2.0 16V flex de até 167 cv e torque de 20,6 mkgf. O câmbio é automático de 6 marchas. Vendido a partir de R$ 154.990.
O New Tucson, no entanto, deve passar por atualização em breve. Ou mesmo receber nova geração – já apresentada lá fora. Por ora, o SUV – nacionalizado em 2016 – tem propulsor 1.6 T-GDI atrelado ao câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 marchas. São 177 cv e 27 mkgf de torque. Preços partem de R$ 201.990.
Objetivo do Proconve L7
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), a nova fase da L7 busca reduzir de 1,5 g para 0,5 g a emissão de poluentes. A rigidez é tanta que, agora, os veículos precisam passar por testes de trânsito para provarem que atendem aos limites impostos.
Além disso, outra exigência da sétima fase da resolução, é de que o modelo precisa garantir essa redução de emissão por 160 mil km, ou 10 anos.
Na busca por esse enquadramento, várias fabricantes precisaram se adaptar. A GM, por exemplo, dentre as mudanças, tirou o Spin com câmbio manual de linha, assim como o SUV Tracker.
A Renault já promoveu ajustes no motor 1.0 do Kwid, assim como a Fiat parou a fabricação do 1.8 E.torq – o que gerou a aposentadoria do Doblò. Por fim, a Volkswagen também ficou na mira do Proconve, afinal precisou tirar de linha recentemente Gol, Polo, Virtus e Voyage com motor 1.6 MSI.