A Hyundai parece estar na contramão das tendências do setor de veículos. Ao menos no que diz respeito à cabine. Atualmente, todas as marcas vêm substituído ponteiros, botões e teclas por telas. E isso não é coisa só de carro luxuoso. Ou seja, até modelos, digamos, “populares” entraram nessa onda. Porém, segundo o chefe de design da Hyundai, Hak Soo Ha, ainda há lugar para controles analógicos.
De acordo com Hak, em entrevista à publicação Carscoops, essa volta ao passado pode ser vista nos carros-conceito Pony e N Vision74, por exemplo. Segundo ele, a ideia era “forçar os designers a considerar formas de combinar recursos digitais e analógicos.”
Aliás, o Pony é uma releitura do modelo lançado em 1975 e desenhado pelo italiano Giorgetto Giugiaro. Daí a semelhança com o Audi 100 e o VW Passat vendido no Brasil. Por sua vez, o N Vision 74 é a versão esportiva do mesmo protótipo. Ou seja, desenvolvida pela divisão N.
Conforme Hak, até recentemente o time da Hyundai estava focado nos carros que seriam mostrados na CES. A feira de tecnologia ocorre em janeiro, nos Estados Unidos. Assim, os designers ficaram bastante tempo debruçados sobre projetos de veículos autônomos. Portanto, segundo ele, nesses modelos é preciso “tirar o volante e tudo o que é automotivo”.
Mais emoção nos carros da Hyundai
“Acaba parecendo algo como uma casa sobre rodas”, diz o executivo da Hyundai. Porém, nem tudo nesse processo é positivo, diz. Assim, a ideia agora é trazer mais emoção para dentro dos carros da Hyundai. “Eu quis misturar digital e analógico”, afirma.
Conforme o chefe da área de design da Hyundai, telas sensíveis ao toque e cabines totalmente digitais despertam um sentimento de confusão nas pessoas. Em síntese, ele afirma que se sente “amarrado” para criar. Para ele, é preciso criar novos produtos sem perder de vista a oferta de vários tipos de soluções.
Portanto, Hak defende que mudanças de hábito não são o forte da maioria dos consumidores. Portanto, segundo ele, mudanças muito profundas deixam as pessoas confusas. “Você tem de considerar tudo isso (antes de criar um produto)”, afirma.