Fábricas com portas fechadas, dólar lá em cima, desemprego. Essas são apenas algumas das batalhas que o mundo vem enfrentando (e que se agravam a cada dia) nos últimos tempos. E com tanta coisa andando para trás, o mercado de carros importados, dificilmente passaria ileso. Na última semana, a associação dos importadores de veículos (Abeifa) divulgou a queda que sofreu em 2020. Foram 20,7% a menos nos licenciamentos de importados em comparação com as vendas de 2019.
A entidade informou, no entanto, que o Brasil emplacou 27.421 unidades no ano passado – 34.596 em 2019. Já a produção nacional das associadas à Abeifa, com 31.646 unidades, caiu 4,4%. O resultado é comparado com as 33.090 unidades de 2019. Pela primeira vez, aliás, a produção nacional das associadas à associação superou a totalização de veículos importados.
E o desempenho do mês de dezembro, contudo, também foi ruim. O último mês do ano registrou queda de 28,3% em relação a igual período de 2019. Foram comercializadas, respectivamente, 2.422 unidades contra 3.379 licenciamentos. O desempenho de vendas no referido mês também significou queda de 4% quando comparado a novembro. Foram 2.422 unidades (dezembro) contra 2.524 (novembro).
Redução da alíquota de imposto é solução
Diante dessa realidade, o presidente da Abeifa, João Henrique Oliveira, pede ao Governo Federal redução urgente da alíquota do imposto de importação. O procedimento poderia, no entanto, acontecer de forma gradual.
Apenas isso, de acordo com ele, poderia reativar números setoriais mais alentadores. “A redução do imposto, hoje de 35%, para 20%, é crucial para manter a viabilidade das operações. Quanto mais nos isolarmos do mundo mais perderemos competitividade e investimentos no futuro”, argumenta Oliveira.
O lado bom da história
Mesmo com baixas, a entidade prevê um 2021 com crescimento de 15% sobre 2020. Afinal, apesar das intempéries, o ano passado ficou marcado por introduzir no mercado local as principais inovações tecnológicas em veículos elétricos e híbridos. Com a promessa de alcançar um futuro promissor, esses modelos, todavia, vieram para ficar. E quem acompanhar essa tendência, vai colher bons frutos.
Aliás, já está colhendo. É o caso da Volvo, que registrou 7.702 emplacamentos no acumulado de 2020 e, dessa maneira, encerrou o ano como líder entre marcas de modelos importados pela primeira vez na história. Seu market share ficou em 28,1%. Na segunda e terceira posições do pódio estão Kia e BMW. Respectivamente, os números de unidades ficaram em 5.981 e 3.599.
Modelos importados que fizeram sucesso
XC60 e XC40 foram, a princípio, os mais emplacados entre janeiro e dezembro do ano passado. Foram 2.951 unidades e 2.869 emplacamentos, respectivamente. Falando ainda em modelos, a Porsche – que emplacou 2.449 unidades, 35% a mais que em 2019 – nunca vendeu tanto 911. O esportivo teve 743 emplacamentos no Brasil em 2020. O número é, portanto, 225% maior que o registrado em 2019. A alemã, aliás, foi a única do top 10 a crescer, com alta de 32,5%.