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JAC iEV20, o elétrico mais barato do Brasil, chega em janeiro
Avaliação

JAC iEV20, o elétrico mais barato do Brasil, chega em janeiro

O JAC iEV20 é um subcompacto importado da China, que tem motor de 68 cv e alterna qualidades com pontos a serem melhorados

Hairton Ponciano Voz

26 de dez, 2019 · 8 minutos de leitura.

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De acordo com a JAC, as vendas do subcompacto iEV20 devem começar em janeiro. Ausência de grade dianteira denuncia o motor elétrico
Crédito:Rafael Arbex/Estadão

A partir de janeiro, o Renault Zoe vai perder o posto de veículo elétrico mais barato do País. O hatch francês, que tem preço inicial de R$ 149.990, vai ceder o lugar para o chinês JAC iEV20, que deverá chegar por R$ 124.900. O modelo foi avaliado em seu ambiente natural, a cidade de São Paulo, e a impressão variou entre a aprovação e a ressalva. Como todo carro elétrico, o iEV20 agrada pelo desempenho satisfatório aliado à ausência de ruído e ao baixo custo de recarga. Como todo chinês, o compacto ainda precisa melhorar no que diz respeito à dirigibilidade e aos detalhes.

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O iEV20 foi desenvolvido sobre a base do JAC J2, daí a semelhança com o hatch que não é mais importado. O estilo agrada pela simpatia e pelas pequenas dimensões (3,77 metros de comprimento, ou 8 cm a mais que o VW Up!).

A dianteira com pequenos furos no lugar onde normalmente haveria uma ampla grade revela que ali há um motor elétrico, que não necessita de refrigeração. A lateral tem linha de cintura ascendente. A traseira é o ponto que destoa. Ela tem um falso estepe na tampa, desproporcional ao tamanho do carro. Felizmente, a JAC informa que o item não equipará o modelo vendido no País. Como curiosidade, atrás da capa não há estepe nenhum, apenas um enchimento.


A aceleração não chega a empolgar, mas também não decepciona. Na prática, o iEV20 acompanha o ritmo do trânsito urbano, sem fazer alarde, a não ser pelo “bipe-bipe” que funciona abaixo de 25 km/h, para alertar pedestres. O dispositivo, no entanto, pode ser desativado na central multimídia, que tem tela de 7″.

Ali, é possível acompanhar o fluxo de energia. Dá para ver se a bateria está enviando força para o motor (acelerações) ou se as rodas estão regenerando tensão para carregá-la (nas desacelerações e frenagens). Os gráficos são didáticos, com setas e cores, como é comum em veículos elétricos e híbridos. Mas a tela é pouco sensível ao toque. É preciso pressionar o dedo, para o sistema entender o comando.

JAC iEV20 é também o elétrico menos potente

Embora chegue como o elétrico mais barato do País, o modelo chinês é também o menos potente. São 68 cv e torque de 21,9 mkgf. Como comparação, o Renault Zoe tem 92 cv e 22,4 mkgf, respectivamente. Com ele, de acordo com a JAC, o iEV20 pode chegar a 113 km/h de máxima, desde que o carro esteja no modo “esportivo”.


Caso o motorista opte pela condução mais econômica (“low”), a máxima fica limitada a 63 km/h. A opção é feita por meio de um comando no console central. No primeiro caso, a autonomia declarada é de 300 km. No segundo, salta para 400 km, desde que não se use o ar-condicionado e se acelere moderadamente. Há ainda um terceiro modo de condução, o “eco”, que é o normal.



Um ponto negativo é que o modelo não vem com cabo de carregamento. O item custa R$ 3.990. A empresa vende também separadamente um carregador de parede (wallbox), por um preço estimado entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Com ele, a JAC informa que são necessárias “menos de quatro horas” para obter 80% de carga.

À frente, o motorista dispõe de um quadro de instrumentos digital colorido, que informa nível de carga e temperatura da bateria. Há também computador de bordo. O comando de câmbio é um seletor giratório que alterna entre ré, neutro e drive. Há apenas uma marcha, como na maioria dos veículos elétricos.


Hatch também tem falhas

Se parece moderno em seu lado elétrico, o iEV20 ainda lembra os antigos carros chineses em alguns aspectos. É o caso, por exemplo, da suspensão muito mole, que faz a carroceria oscilar demais, especialmente em frenagens. Da mesma forma, a direção indireta exige que o motorista esterce muito para as manobras. E o raio de giro é grande.

Ainda no campo das falhas, ao menos na unidade avaliada o ar-condicionado estava demorando para esfriar, e o desembaçador também levou muito tempo para limpar o para-brisa.

Outro problema é a acomodação no banco traseiro. Como as baterias ficam na parte traseira, o assoalho elevado faz com que as pernas de quem vai atrás não encontrem bom apoio no assento. Ainda por ali, os encostos de cabeça só têm duas posições: ou totalmente elevados ou recolhidos. Da mesma forma, os cintos de segurança dianteiros não são reguláveis. Para finalizar, o porta-malas acomoda apenas cerca de 121 litros.


Prós e contras

Prós: Silêncio e economia

Como todo elétrico, hatch anda sem emitir praticamente nenhum ruído e sem precisar de parar no posto.

Contras: Dirigibilidade


Suspensão é muito mole e direção tem respostas lentas. Além disso, o raio de giro é grande, para o tamanho do carro.

Ficha técnica

Potência (cv): 68

Torque (mkgf): 21,9


Câmbio: automático, 1 marcha

Comprimento: 3,77 m

Largura: 1,68 m


Altura: 1,57 m

Entre-eixos: 2,39 m

Peso: 1.340 kg


Velocidade máxima: 113 km/h

0 a 100 km/h: 16 s

Autonomia: até 400 km (modo “low”)


Fonte: JAC

 

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