O mercado chinês é o maior do mundo para os carros elétricos, mas por lá, as regras do país exigem que empresas estrangeiras tenham parcerias com fabricantes locais. Assim, já faz algum tempo que a Volkswagen mantém joint venture com a JAC Motors. A novidade é que a chinesa está reconstruindo sua fábrica em Anhui para produzir veículos elétricos da alemã.
Todos os modelos, desde o hatch ID.3 até a minivan ID.Buzz, nova Kombi elétrica, são feitos sobre a plataforma modular MEB, exclusiva dos carros alimentados por baterias. De início, a capacidade da terceira fábrica da VW na China que produz elétricos – além de Shanghai e Foshan – será de até 350.000 unidades/ano. A ideia é que tudo esteja pronto no meio de 2022.
Mas não são apenas os carros elétricos em si. Os pacotes de baterias de alta tensão também serão feitos no complexo. A capacidade anual inicial fica entre 150.000 e 180.000 unidades. Tem, ainda, um campo de provas com 10 km de extensão. A conclusão do projeto ficará para meados de 2023, quando se dará o início da produção na unidade da JAC Motors.
Para a Volkswagen, a fábrica de Anhui será fundamental para o avanço da mobilidade elétrica dentro do grupo. De acordo com a imprensa chinesa, o complexo comportará – além da fabricação de ID.3, ID.4 e ID.Buzz – outros quatro carros elétricos. Estes, no entanto, terão base em uma nova plataforma, a SSP (Scalable Systems Platform), que fica pronta só em 2026.
Relembre a compra
Em novembro de 2020, a compra de 50% da Jianghuai Automobile (JAC) pela Volkswagen foi, então, aprovada pelo governo chinês. Na época, havia apenas a assinatura de um acordo (extraoficial, ocorrido em maio daquele ano), que deu à VW 50% dos ativos da JAC Motors.
O feito, portanto, marcou um importante avanço para o grupo VW em relação à eletrificação. Afinal, além de controlar 50% da JAC, a Volkswagen também tem o controle de 75% da joint-venture VW-JAC na China. Antes, 50%. Os 25% restantes, assim, ficam com a Jianghuai Automobile.
As mudanças da legislação chinesa, que não permitiam o controle de marcas nacionais por empresas internacionais, fez com que a Volkswagen assumisse o controle de parcerias locais. Com isso, além de ampliar a produção de carros elétricos, a fabricante alemã acrescentará seu DNA aos produtos. É tanto que o segundo elétrico mais barato do Brasil, o E-JS1 (agora o primeiro é o Renault Kwid E-Tech), tem vários componentes da Volkswagen, embora seja um carro da JAC Motors.