A morte de Jô Soares na madrugada desta sexta-feira (5), aos 84 anos, causou grade comoção não só na classe artística, mas em todo o Brasil. Famoso pelo bordão “Um beijo do Gordo”, o apresentador acumulou em seus mais de 60 anos de carreira milhares de entrevistas, programas de humor, livros, direção de espetáculos e, também, carros.
Jô nunca escondeu sua paixão pelo mundo sobre duas e quatro rodas. Por sua garagem, passaram belos exemplares como BMW 750i, Chrysler 300C e Mini Cooper, bem como uma extensa lista de modelos luxuosos. Ultimamente, o apresentador não dirigia, debilitado por problemas no nervo ciático. Inclusive, foi visto diversas vezes em uma cadeiras de rodas.
Acidente sobre duas rodas
Mas nem sempre a história foi assim. Na década de 1980, por exemplo, teve diversas motocicletas. Dentre elas, diversos modelos da Harley-Davidson, como a Fat Boy, por exemplo. Até o fechamento desta reportagem, a marca inglesa não respondeu ao Jornal do Carro quais outros modelos compuseram a frota de Jô Soares.
Apesar da paixão pelo motociclismo, dois acidentes tiraram Jô da pilotagem aos 50 e poucos anos. Um deles, foi ocasionado por um fã. Ao receber o padre Juarez Castro no “Programa do Jô”, em 2016, o apresentador relembrou: “Quando caí, foi um fã que queria ver se era eu mesmo e esbarrou atrás da minha moto. Tive que socorrê-lo porque ele ficou tão nervoso”.
E isso deixou sequelas. Jô tinha “os dois braços limitados”, como contou em entrevista a Pedro Bial em novembro de 2018 no programa “Conversa com Bial”, que substituiu seu antigo programa da madrugada na TV Globo.
Durante o bate-papo, o apresentador disse que andou de moto por 50 anos. Sempre brincalhão, recomendou à época: “Não faça, compre, coloque na sala, porque é bonito. Meu padrinho dizia o seguinte: a moto tem duas rodas. Ela foi construída pra cair. Um dia ela ganha”, referindo-se aos dois acidentes que sofreu no começo da década de 1990.
Jô no mundo dos carros
Por falar em década de 1990, foi nessa época que Jô participou de um dos momentos mais marcantes da indústria automobilística nacional: a chegada da Audi ao Brasil. A marca alemã foi trazida pelas mãos do piloto Ayrton Senna – por meio da recém-lançada Senna Import – em 29 de março de 1994.
Na ocasião, o evento para 3.000 convidados no hangar da Varig do Aeroporto de Congonhas (São Paulo) apresentou o 80 Cabriolet, que chegou a bordo de um avião cargueiro. Quem conduzia o carro era, justamente, Jô Soares, que adentrou o local do evento sob o som “Tema de vitória” (música tradicional nas vitórias de Senna na Fórmula 1).
De acordo com o livro “Audi do Brasil: Passado, Presente e Futuro”, Jô Soares brincou com o piloto, dizendo: “Já que vim dirigindo, faça o show agora”. E assim começou a Audi no Brasil que, a princípio, importou os modelos 80, 100 e os esportivos S2 e S4 (foto abaixo). Este último, inclusive, pertenceu a Senna, na configuração Avant.
Garoto-propaganda
Aproveitando o carisma de Jô Soares, empresas de diversos ramos o contrataram como garoto-propaganda. O meio automotivo, claro, não ficou de fora. O apresentador participou, por exemplo, de um anúncio publicitário com a picape Chevrolet D10.
Quem também se rendeu aos encantos de Jô foi a Pirelli. No comercial de 1982 (veja o vídeo), o apresentador contracenou com Xuxa Meneghel para divulgar uma nova linha de pneus.