O novo Mercedes-Benz CLA foi submetido ao “teste do alce” pela publicação espanhola “Km77”, e o resultado não foi bom para a montadora alemã – de novo.
O cupê do Classe A, lançado no ano passado na Europa, não se saiu bem na prova de mudança repentina de trajetória. Só para lembrar, o “teste do alce” passou a ser conhecido quando a primeira geração do Classe A, em 1997, capotou quando era submetido ao crivo da publicação sueca “Teknikens Värld”.
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A prova consiste em fazer uma repentina mudança de faixa e logo após voltar à trajetória inicial. O objetivo é simular o desvio causado pela presença de um animal na pista. No caso, um alce, comum na área rural do país europeu.
O cupê não cumpriu a prova dentro dos parâmetros esperados, como pode ser visto no vídeo abaixo.
Embora não tenha capotado, o Mercedes não conseguiu manter-se na trajetória e derrapou. Para ser aprovado no teste, o automóvel deve realizar a rota desenhada na pista sem derrubar cones. O motorista não deve reduzir a velocidade, nem realizar muitas manobras para corrigir derrapagens. É isso que determina se a suspensão está bem calibrada e se ela garante a estabilidade que se espera do modelo.
‘Teste do alce’ leva suspensão ao limite
A mudança brusca de trajetória e o rápido retorno ao caminho original tendem a desestabilizar a suspensão, por causa da súbita transferência de peso de um lado para outro.
De acordo com a publicação espanhola, o teste foi feito a 76 km/h. No entanto, o cupê não conseguiu contornar os cones. No vídeo, assim que ele muda a direção para a esquerda, é possível ver o modelo abrindo a trajetória mais que o desejado. Com isso, a traseira acerta os cones que demarcam o limite da pista. Na volta para a direita, ainda desestabilizado, o menor cupê da Mercedes atinge de frente os cones que demarcam a divisão entre as duas pistas. Nesse ponto, o modelo deveria já estar mais à direita.
Para descobrir a velocidade segura para o CLA fazer a prova sem sair da trajetória, os profissionais da publicação foram reduzindo o ritmo. A 73 km/h, também houve cones atingidos, idem para 68 km/h.
O CLA só conseguiu um teste “limpo” (sem derrubar cones) quando a velocidade foi reduzida para 66 km/h. Esse nível é considerado muito baixo para os padrões normais.
Segundo a site “km77”, para evitar qualquer possibilidade de erro humano, os ensaios foram conduzidos por três profissionais.
A versão avaliada (CLA 200) tem motor 1.3 turbo de 163 cv. As rodas eram aro 19, e os pneus (Bridgestone Turanza T005) tinham medidas 225/40.
No Brasil, o CLA está sendo vendido na versão 250, e custa a partir de R$ 227.900.
Fora das pistas, Classe A nunca decolou
Voltando 23 anos no tempo, a primeira geração do Classe A era um monovolume compacto mas de porte elevado.
Quando a publicação sueca realizou o teste e divulgou o resultado desastroso, o Classe A havia acabado de ser lançado. Na época, a repercussão foi tão negativa que a Mercedes-Benz interrompeu a produção e as vendas. As unidades já entregues foram recolhidas.
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A montadora só retomou a produção após a realização de várias alterações no projeto. Entre elas, a inclusão de controles de tração e estabilidade, que não podiam ser desativados pelo motorista (ao contrário do que ocorre em praticamente todos os automóveis). A suspensão foi recalibrada e os pneus passaram a ter perfil mais baixo. Com isso, o centro de gravidade diminuiu, e a estabilidade melhorou.
O modelo foi produzido no Brasil de 1999 a 2005, na então nova fábrica da Mercedes em Juiz de Fora (MG). Mas o modelo nunca foi um sucesso comercial. E isso apesar da publicidade da montadora na época, que procurava vender a ideia de que ele era um Mercedes acessível.
Na prática, o Classe A era caro pelo que oferecia. A eletrônica que o modelo precisou incorporar para torná-lo seguro acabou por elevar muito o preço final. E segurança é um conceito invisível. Por outro lado, o que o comprador via era um carro compacto com preço de médio. E não houve estrela no capô que compensasse.