A Ford começa a divulgar a chegada da nova geração da picape Ranger ao Brasil, que deve acontecer no segundo semestre. De acordo com executivos da marca, a picape será a “mais tecnológica, versátil e com maior capacidade do segmento”. Além disso, será feita na fábrica “mais avançada do continente”.
Conforme a Ford, assim é a planta de General Pacheco, na região da Grande Buenos Aires, na Argentina. A unidade, fundada em 1962, vai produzir a nova Ranger que será vendida no Brasil. Nosso mercado será o destino de 75% da produção. O restante abastecerá os demais mercados da América do Sul.
Para isso, a fábrica argentina recebeu investimentos de US$ 580 milhões, ou quase R$ 3 bilhões, desde 2021. Além disso, a Ford fez um novo aporte, de US$ 80 milhões, ou R$ 400 milhões, no começo de 2023. Com isso, vai fabricar também uma nova geração de motores.
Fábrica da Nova Ford Ranger é a única que sobrou
Como resultado de todo esse investimento em modernização, Pacheco virou uma fábrica 4.0. Conforme a marca, isso significa que a linha de produção opera de forma online. Ou seja, operários e gestores podem acompanhar todo o processo inclusive em seus telefones celulares. No mesmo sentido, 100% da energia é renovável. As metas da empresa são ampliar a produtividade em até quatro vezes e zerar os acidentes.
Vale lembrar que a planta na Argentina é a única onde a Ford produz veículos na América do Sul. No fim de 2018, a empresa iniciou o processo de fechamento de suas fábricas de veículos no Brasil. A unidade de São Bernardo do Campo (SP) foi vendida. Além disso, as negociações para a venda de Camaçari (BA) e Horizonte (CE) estão em andamento.
Dessa forma, toda a linha da marca vendida no Brasil é importada. Isso inclui a nova Ford Ranger. Bem como a Transit que, embora venha do Uruguai, é feita pela Nordex. Ou seja, a mesma empresa que monta os caminhões da Kia e as vans e furgões de Citroën e Peugeot. por exemplo. A convite a Ford, o Jornal do Carro foi à Argentina, acompanhar a “reinauguração” da fábrica de Pacheco.
Produção mais eficiente
Conforme os executivos da Ford, a fábrica teve importante ganho em produtividade. Para isso, colabora a nova prensa, feita na Alemanha e responsável por estampar peças da carroceira. Segundo informações da empresa, com ela a capacidade de produção passará de 50 mil veículos em 2022 para até 110 mil nos próximos anos.
Para comparação, em 2022, o segmento de picapes médias, do qual a nova Ford Ranger faz parte, somou 120.548 vendas. Ou seja, Pacheco sozinha vai poder produzir quase 92% desse total. Seja como for, a empresa vem divulgando informações a conta-gotas. Por ora, os representantes da empresa só falam sobre a fabricação da nova Ford Ranger.
SUV da nova Ford Ranger é opção
Lembre-se: com a reformulação global, a Ford passou a focar a produção SUVs e picapes. Isso inclui modelos eletrificados, como a picape Maverick híbrida e o SUV elétrico Mustang Mach-E. Os dois fazem parte dos dez lançamentos que a empresa promete fazer no Brasil em 2023.
Portanto, as plantas que faziam compactos, por exemplo, como as do Brasil, Índia e Rússia, foram fechadas. Em contrapartida, em Pacheco o cenário e completamente diferente. Seja como for, não faz sentido investir tanto dinheiro para produzir apenas a nova Ford Ranger. Uma das possibilidades de novo produto são o Bronco e a Maverick.
Assim como a Ranger, o SUV e a picape intermediária são do tipo carroceria sobre chassis. Sendo assim, dá para imaginar que a Ford poderia adotar essa estratégia na Argentina. Porém, os executivos da marca silenciam sobre a produção de novos modelos.
Poucos detalhes
Também não responderam sobre possibilidade de produção do Everest. Ou seja, a versão SUV de até sete lugares da nova Ford Ranger. Da mesma forma, até detalhes sobre a Ranger são escassos. Nem mesmo o início de produção em larga escala foi revelado.
Na prática, os executivos da empresa foram evasivos e se limitaram a destacar algumas das características da picape. “A nova Ford Ranger vem para redefinir o segmento”, afirma o vice-presidente da empresa na América do Sul, Rogelio Golfarb.