Nem V6, nem turbo. A nova motorização do Honda Accord no mercado brasileiro é híbrida. O sedã, conhecido por seu apelo em potência, abre mão dos altos números de desempenho em nome da eficiência. Para isso, lançou – ainda na décima geração, de 2018 – a tecnologia e:HEV. O sedã importado de Ohio, nos Estados Unidos, está na lojas por R$ 299.900.
Pela primeira vez, a Honda conta com motorização híbrida no mercado brasileiro. Nela, há três propulsores. São dois elétricos – um que traciona as rodas traseiras e outro que atua apenas como gerador de energia – e um a combustão, com 2,0 litros, aspirado. De acordo com a Honda, o modelo é o primeiro de três híbridos que desembarcarão no Brasil até 2023 – tem CR-V e Civic na lista. Ou seja, motivo de preocupação para a Toyota, que vai de “vento em popa” com as vendas de Corolla, RAV4 e Corolla Cross.
Em prol da mobilidade com zero emissões, a derivação e:Technology da Honda visa otimizar as tecnologias de eletrificação de seus veículos. Basicamente, o novo Accord tem na eletricidade sua principal fonte de tração. Dessa forma, ao contrário dos híbridos tradicionais (com conversor para distribuição de energia), o 2.0 do sedã japonês também se conecta às rodas por meio da transmissão e-CVT multidiscos. Basta, assim, acionar o modo Engine Drive (veja os outros dois abaixo).
Neste modo, a embreagem permite fazer a conexão direta do motor a combustão com as rodas, mas só em situações de velocidade de cruzeiro. Ou seja, na prática, o funcionamento sem os motores elétricos acontece somente quando o motor de 145 cv e 17,8 mkgf (a 3.500 giros) opera com alta eficiência energética – em velocidades acima de 110 km/h. A potência combinada (elétrico + combustão) não é divulgada pela Honda.
Movido por motor elétrico
Já nos modos EV Drive (100% elétrico) e Hybrid Drive (com atuação do motor elétrico), é o motor elétrico de 184 cv e 32,1 mkgf de torque que movimenta o Accord. Assim, o 2.0 a gasolina opera, na maior parte do tempo, para alimentar o motor gerador, que é o responsável por enviar eletricidade ao motor principal.
Com tecnologias como freios regenerativos para alimentação do motor elétrico, o Accord híbrido, então, promete fazer média de 17,6 km/l na cidade, afirma a marca japonesa. São, no total, três modos de regeneração de energia: Normal, Eco e Sport.
Durante a coletiva de imprensa para apresentação do modelo, a Honda foi questionada sobre autonomia em modo puramente elétrico. Os executivos afirmaram que não é possível cravar um número, mas não passa de 1,5 km. A explicação é que baterias de íon de lítio – alocadas debaixo do assento traseiro – tem só 1,3 kW/h. No mais, não se trata de um híbrido plug-in, onde o usuário recarrega na tomada e pode rodar média de 50 km sem se preocupar com visitas aos postos de abastecimento.
De acordo com a engenharia da marca, tanto os motores elétricos quanto a embreagem de acoplamento do motor 2.0 ficam no espaço do câmbio (e-CVT). Há borboletas atrás do volante, mas elas só servem para ajustar a intensidade da aceleração e da frenagem. Isso porque o Accord e:HEV não tem relações de marchas.
Visual
Baseado na geração 10, que estreou lá fora em 2017, o novo Accord tem leves retoques na carroceria. Grade dianteira, para-choque e novos faróis de neblina (iluminados por LEDs) são destaques. Tem, dessa maneira, novas rodas de 17 polegadas com partes escurecidas e novo acabamento na base do para-choque. Nos logotipos, o fundo azulado faz alusão à versão amiga do meio ambiente. Por dentro, mesmo visual. Apenas inclusão de equipamentos, como carregador wireless mais potente, de 15 Watts, para smartphones. E na parte de trás, disponibiliza duas entradas USB.
Na central multimídia, há espelhamento via Android Auto e Apple CarPlay, sem fio. No painel de instrumentos, novas funções, como a operação dos sistemas de condução.
Por falar em condução, o Honda Sensing foi aprimorado e ganhou o Low Speed Braking Control. Em síntese, a tecnologia aciona automaticamente os freios em baixa velocidade caso note risco iminente de colisão. O assistente de permanência em faixa também está mais preciso, e o controle de cruzeiro adaptativo, dessa forma, tem desaceleração mais suave.
O Honda Accord e:HEV tem 3 anos de garantia, sem limite de quilometragem. E o conjunto elétrico, composto por baterias e motores, tem cobertura de 8 anos. O maior problema do sedã da marca japonesa é o preço: é mais caro que um SUV Volvo XC40 em versão híbrida plug-in, que custa R$ 269.950 e roda até 44 km apenas com eletricidade.