Um novo Projeto de Lei, de autoria do senador Irajá (PSD-TO), será visto em breve pela Comissão de Assuntos Econômicos. O PL propõe zerar o Imposto de Importação dos veículos elétricos e híbridos até 31 de dezembro de 2025. Essa isenção já existia desde 2016, como forma de estimular a venda dos carros eletrificados. Mas prescreveu em 31 de dezembro de 2021.
O imposto de importação cobra uma taxa dos 35% de veículos feitos fora do País, da região do Mercosul e do México. Entretanto, segundo o senador Irajá, “não faz sentido o Brasil não incentivar o uso de veículos elétricos”. O senador lembra que “80% da matriz energética são de fontes renováveis, como, por exemplo, hidrelétricas e energias solar, eólica e de biomassa”.
Preços podem baixar entre 10% e 20%
Caso seja aprovado na CAE, o PL seguirá direto para votação na Câmara dos Deputados. Depois, caso avance, seguirá para a sanção presidencial. Irajá diz que a expectativa é de que a isenção do imposto ajude a baixar os preços dos elétricos e híbridos entre 10% e 20%. O Senador argumenta que essa redução vai encurtar a distância “ainda muito grande de viabilidade econômica desses carros, de motos e mesmo de caminhões que já existem, mas são inviáveis”.
“A isenção do imposto de importação poderá, portanto, reduzir o preço final, que ainda é alto para os padrões brasileiros”, reforça o autor. Irajá diz que “o preço da frota movida a combustível fóssil é infinitamente menor que o dos veículos movidos a energia elétrica”.
Elétricos e híbridos têm benefícios
Recentemente, o Jornal do Carro publicou um especial sobre os benefícios já existentes para os veículos elétricos e híbridos no Brasil. Embora esses modelos nunca tenham contado com grandes incentivos no País, há estimulantes como, por exemplo, isenção de IPVA em alguns estados e a liberação do rodízio municipal de veículos, no caso de São Paulo.
Entretanto, com a massificação dos veículos eletrificados, outras medidas de incentivo serão necessárias para que o Brasil não fique para trás na indústria. É o que mostra o (também recente) estudo O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo, feito pela associação nacional das montadoras (Anfavea) e pelo Boston Consulting Group (BCG). O relatório aponta que o mercado de elétricos e híbridos dará um salto nos próximos anos no País.
Hoje, a participação dos eletrificados nas vendas não passa dos 2%. Isso no caso do segmento de automóveis e comerciais leves, como picapes e SUVs, por exemplo. Contudo, a estimativa é de que, em 2030, os veículos elétricos e híbridos representem entre 12% e 22% dos emplacamentos no Brasil. Ou entre 32% e 62%, a depender da política do País.
Vendas dobraram em 2022
No início de abril, o Jornal do Carro trouxe os números de emplacamentos de carros elétricos e híbridos no Brasil. E a progressão mostra que o segmento vai mesmo dar um salto nos próximos anos. Só no 1º trimestre deste ano, a venda de veículos eletrificados leves registrou alta de 115%, com 9.844 unidades no total, ou seja, mais que o dobro das 4.582 unidades entregues no mesmo período de 2021. Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico.
De acordo com a ABVE, o mercado de elétricos e híbridos segue tendência contrária ao de carros a combustão, que tiveram, então, queda de 25% nas vendas gerais entre janeiro e março de 2022.
100 mil eletrificados no País
Pelos dados da ABVE, a frota de eletrificados leves no Brasil já soma 86.986 carros alimentados por baterias. A conta foi feita com base no período de janeiro de 2012 até março de 2022. Dessa forma, reúne as vendas de automóveis, SUVs e comerciais leves eletrificados, incluindo híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e modelos totalmente elétricos (BEV).