Nesta quarta-feira (21), a Citroën divulgou os preços e versões do C3 Aircross de sete lugares. Partem de R$ 117.990 na versão Feel. Mas, tem mais gente querendo uma fatia desse bolo e prepara novidade para os próximos meses. Mais precisamente, estamos falando da Chevrolet que, até o ano passado, reinava absoluta por oferecer o carro de sete lugares mais barato do Brasil e, agora, perdeu o posto, afinal, seu Spin parte de R$ 120.890, com sete assentos. E agora, a situação pode mudar com a reestilização do modelo? A GM vai baixar o preço? Trazer conteúdo extra?
Para entender essas e outras questões, o Jornal do Carro decidiu comparar ambos os modelos para tentar esclarecer quem oferece mais. Entretanto, a dúvida “quem cobra menos” precisará ser respondida em outra oportunidade, afinal, a Chevrolet não falará em preços até o lançamento do novo Spin, que acontecerá no fim do mês que vem.
Indo ao comparativo, a princípio, o Citroën C3 Aircross chega na frente pelo aspecto novidade. Muitos brasileiros gostam de algo inédito, querem se diferenciar nas ruas, no trânsito. Todavia, por outro lado, boa parte do público ainda é bem cautelosa e, desse modo, prefere manter a tradição e apostar no que já conhece e confia. E, cabe lembrar, por mais que esteja trazendo um produto diferenciado, a Citroën ainda não é vista com bons olhos por boa parte do público local. Esse preconceito com marcas francesas é velho conhecido, mas a história vem mudando ao longo do tempo.
Motorização
E já que estamos falando de confiabilidade, nada mais casa com esse tema do que motorização. O C3 Aircross leva vantagem na comparação com o rival direto. Enquanto o Spin carrega o velho propulsor 1.8 aspirado de até 111 cv, o SUV da marca francesa traz o moderno motor 1.0 turboflex. Inclusive, é mais potente, já que entrega até 130 cv (com etanol). Além disso, o torque é de 20,4 mkgf a breves 1.750 rpm com os dois combustíveis. Já o Spin tem menos torque (até 17,7 mkgf) e aparece mais tarde, a 2.600 giros.
Não falaremos aqui sobre dados de consumo, afinal, a GM promete mudanças na calibração do propulsor e da direção a fim de dar um upgrade na performance. De qualquer forma, não deve bater o Citroën em desempenho.
Câmbio, tem para todos os gostos. Enquanto o C3 Aircross oferece o CVT que simula 7 marchas, já presente em outros modelos do grupo Stellantis, como o Fiat Pulse, por exemplo, o Spin deve vir com as mesmas opções de câmbio manual ou automático – ambos, com seis marchas.
Conteúdo
Como design é relativo, naturalmente não abordaremos neste comparativo. Afinal, há quem goste da modernidade do novato da Citroën e, outros, do visual mais sóbrio do Spin. Mas cabe lembrar que a dianteira de ambas terá proposta semelhante, com grade dividida e luzes de LEDs contornando o capô. E, em ambos os modelos, é na parte de baixo que ficam os faróis principais. A traseira do Spin ainda não foi revelada oficialmente, mas, de acordo com flagras do Jornal do Carro (veja aqui), não deve receber mudanças drásticas. A do C3 Aircross é mais ousada.
O Chevrolet Spin promete chegar com novidades que vão além do retoque visual. O modelo feito pela marca em São Caetano do Sul (SP) promete novos itens de comodidade e tecnologia no interior. Destaque, a princípio, para as telas do quadro de instrumentos e central multimídia, que se unem em uma única estrutura. A mesma solução encontrada na irmã Montana.
A Chevrolet ainda não detalhou o conteúdo do Spin, mas até o momento, sabe-se que o modelo disponibilizará a última geração da central multimídia Chevrolet MyLink. Não se fala em tamanho de tela, mas deve ser de 8″, como na picape.
Já o C3, tem central multimídia com tela de 10″ também com suporte a Android Auto e Apple CarPlay sem uso de fios, como no GM. Entretanto, embora a tela da Citroën seja maior, o modelo não traz as tecnologias já prometidas pela Chevrolet para o novo Spin, como sistema OnStar com Wi-Fi nativo, atualização remota e myChevrolet app, com funcionalidades extras.
Medidas
Por fim, um ponto fundamental neste tipo de modelo é entender o espaço para ocupantes e bagagens. Em síntese, o veterano da GM leva vantagem quase que total. “Quase” porque apenas em entre-eixos (2,68 metros contra 2,62 metros) e em largura (1,80 m e 1,74 m) o exemplar da Citroën é maior. De resto, deu GM em tudo.
Dentre os principais pontos a ressaltar, vale dizer que o Spin mede 4,41 metros de comprimento enquanto o C3 Aircross tem 4,32 m. Já o espaço do porta-malas, enquanto a Citroën não expõe na ficha técnica do site de imprensa qual sua capacidade com as três fileiras de assentos em uso, a GM detalha que, nas versões com câmbio manual, cabem 162 litros. Com câmbio automático, são 199 litros. Já com a última fileira rebatida, o Spin carrega 553 litros (câmbio manual) e 864 litros (câmbio automático). Já o francês produzido no Rio de Janeiro não passa dos 493 litros.
Sobre a pergunta que fizemos no título desta matéria, a reposta é: impossível saber. Para cravar quem é melhor ou quem oferece mais, precisamos de dados mais concretos. É necessário conhecer as listas de equipamentos dos carros (mas a GM ainda não disponibilizou); dirigir ambos para entender comportamento e consumo – afinal, a Spin promete mudanças dinâmicas e nova calibração; e, por fim, saber quem praticará não só o menor preço, mas a melhor relação custo-benefício.
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