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Poços de Caldas vira a cidade do DKW
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Poços de Caldas vira a cidade do DKW

Em sua 12ª edição, encontro Blue Cloud reúne cerca de 120 modelos da marca alemã na cidade mineira

31 de ago, 2014 · 6 minutos de leitura.

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 Poços de Caldas vira a cidade do DKW
GT Malzoni

Termina neste domingo (31), em Poços de Caldas (MG), a 12ª edição do Blue Cloud – nuvem azul, em alusão à fumaça produzida pelos motores de dois tempos -, evento que reúne cerca de 120 modelos da DKW. Além dos vários sedã Belcar e peruas Vemaguet, há jipes Candango, cupês Fissore, um esportivo GT Malozini e até uma raríssima motocicleta alemã feita em 1938.

O encontro, que tem o apoio da Audi, e é o segundo mais importante do mundo – perde apenas para o da Alemanha -, conta com a participação de entusiastas e carros vindos de várias partes do País. Entre os veículos expostos, há uma perua 1967, que era usada como táxi e veio rodando de Recife até a cidade mineira – são mais de 2.500 km.

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Um grupo de fãs da marca, vindos de Curitiba, trouxe cinco carros – dois Puma DKW e três Belcar, além da moto, o único veículo que não veio rodando. “São cerca de 600 km, mas a viagem é tranquila”, afirma o engenheiro mecânico Álvaro Natel, dono de um dos Puma.

Acima e abaixo, modelos Belcar. Portas do tipo suicida estão entre os destaques




Sócio do Clube do Puma, ele conta que foram feitos apenas 121 unidades do modelo com mecânica DKW em 1967. “Eu e mais dois amigos restauramos três carros ao mesmo tempo”, afirma. Para isso, eles compraram outros cinco DKW, como sedãs e peruas, que serviram de “doadores” de peças.


Natel estava de olho no GT Malzoni verde exposto no evento. De acordo com ele, o carro, que teve apenas 43 unidades produzidas em 1966, é vendido atualmente por cerca de R$ 120 mil. “O preço é uma questão relativa. Para mim, não se trata de negócio, mas de hobby.”

Há vários exemplares do Candango



HISTÓRIA

Em 1932, a junção de DKW, Audi, Horch e Wanderer formou a Auto Union na Alemanha. Assim surgiu o símbolo das quatro argolas, utilizado ainda hoje nos carros da Audi, marca que apoia o evento e cujo primeiro modelo moderno, da década de 1960, derivou do DKW F 102.


Em 1967, o grupo foi comprado pela Volkswagen, que estuda voltar a usar o nome Auto Union para identificar suas operações globais.

Interior de um DKW Puma 1967



Primeira marca de automóveis feita no Brasil, a DKW chegou em 1956 por iniciativa da Veículos e Máquinas Agrícolas. A Vemag produziu até 1967, sob licença, os modelos Belcar, Vemaguet, Candango e Fissore, além do esportivo GT Malzoni.

Os aspectos que mais chamavam a atenção nos carros da marca à época eram a tração dianteira e o motor de dois tempos, que queima óleo juntamente com a gasolina, gerando uma inconfundível fumaça azulada – daí surgiu o termo Blue Cloud. Até então, predominavam no mercado brasileiro os modelos com tração traseira e motores de quatro tempos.


O fim da produção local ocorreu logo após a compra da Auto Union pela Volkswagen, que deu origem aos primeiros carros da DKW com tração dianteira.

Em primeiro plano, o Fissore. Atrás, exemplares do Candango



O cupê Fissori visto de traseira



Exemplares do Puma expostos junto com moto


Natel ao lado de seu Puma e do GT Malzoni (modelo verde)



O símbolo da Auto Union



Táxi Vemaguete


Perua Vemaguete



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