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Range Rover Evoque evolui sem fazer alarde
Avaliação

Range Rover Evoque evolui sem fazer alarde

Por salgados R$ 322.300, segunda geração do Land Rover Range Rover Evoque chega ao Brasil com mudanças profundas, mas sutis ou imperceptíveis a olho nu

José Antonio Leme

15 de ago, 2019 · 10 minutos de leitura.

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evoque
RANGE ROVER EVOQUE
Crédito:LAND ROVER/DIVULGAÇÃO

Com as devidas ressalvas, a segunda geração do Land Rover Range Rover Evoque sofre do mesmo mal que assolou o EcoSport quando o Ford mudou. O que os olhos podem ver mudou menos que as partes técnicas e mecânicas.

O novo Evoque chega ao País importado da Inglaterra por R$ 322.300. Inicialmente, apenas na versão P300 HSE R-Dynamic com o chamado Pacote Brasil. O SUV foi completamente renovado. Da geração anterior sobraram apenas as dobradiças das portas, de acordo com informações da Land Rover.

Em relação ao preço, o novo Evoque está posicionado acima da média da categoria. Os BMW X1 e X2 nas versões de topo, por exemplo, saem a R$ 232.950 e 246.950, respectivamente.

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O Volvo XC40 R-Design é tabelado a R$ 227.950. E o Mercedes-Benz GLA 250 Sport custa R$ 246.900. Na mesma faixa do Evoque estão as versões esportivas do X2 (M35i) e do GLA (AMG 45). Os preços desses modelos são de R$ 313.950 e R$ 379.950, respectivamente.

A Land Rover promete trazer também a versão P250, mais barata que a P300 HSE R-Dynamic. Essa opção terá o mesmo motor 2.0 flexível com turbo que gera 240 cv e equipava a primeira geração do Evoque. Ainda assim o preço deverá ficar acima da média dos SUVs de luxo vendidos no Brasil.

No visual, o novo Evoque manteve as linhas gerais da carroceria que fizeram sucesso e inspiraram os outros SUVs da marca, como o Velar. Entre as novidades estão os faróis com atualizações no desenho e nas assinaturas de LEDs. Atrás, as lanternas mantiveram as linhas gerais, mas ficaram mais estreitas e requintadas.


A tônica de evolução também está na cabine. O painel de instrumentos é virtual e tem tela de 12,3 polegadas. A da central multimídia tem 10" e há uma terceira tela, de 5”, logo abaixo dela.

O volante também é novo e ganhou comandos multifuncionais sensíveis ao toque. Para alterar o volume do som, por exemplo, basta apertar o sinal de “+” ou “-” ou deslizar o dedo no sentido de um para o outro.

Como na primeira geração do SUV, o interior é todo revestido de couro. Esse material cobre inclusive o painel e tem textura agradável ao toque. Na prática, a marca manteve o bom padrão de qualidade do acabamento do modelo da primeira geração.


De série há itens como faróis de LEDs, alerta de ponto cego e vários sistemas ativados por meio de comandos de voz. Seis air bags, controles de tração e estabilidade, teto solar panorâmico, ar-condicionado com duas zonas e freio de estacionamento com acionamento elétrico também vêm de fábrica. Assim como câmera 360º, controles de velocidade adaptativo e de partida e descida de rampas.

O pacote Brasil adiciona detalhes pretos na carroceria. Como na inscrição do nome “Range Rover” no capô e na tampa do porta-malas, além das entradas de ar nas laterais.

Uma das novidades mais interessantes são as funções Clear Sight View e Ground View. A primeiro associa uma tela integrada no espelho retrovisor interno com a câmera no teto. Esse recurso permite ter uma visão perfeita do que acontece atrás do SUV mesmo com lotação máxima e porta-malas cheio até o teto.


O Ground View associa a câmera na parte inferior do para-choque dianteiro com as duas localizadas abaixo dos espelhos externos. O conjunto forma uma imagem única da parte inferior da dianteira do Evoque, como se o capô fosse transparente.

Essa função só pode ser ativada com o SUV rodando a até 35 km/h. Portanto, é ideal para manobras, como as de estacionamento, e para evitar obstáculos no fora-de-estrada.

O novo Evoque manteve o sistema Terrain Response. Por meio dele é possível alterar os ajustes da tração integral conforme o tipo de piso. Além do modo automático, que faz tudo sozinho, há opções para asfalto, areia, grama, cascalho e neve, e lama e buracos.


Nova plataforma

O Evoque utiliza uma plataforma, batizada de PTA. Segundo informações da Land Rover, essa evolução permitiu aumentar em 13% a rigidez estrutural do SUV. Além disso, a distância entre os eixos cresceu em 21 mm e o espaço no porta-malas foi ampliado de 575 litros para 591 l.

Ao longo do test drive de cerca de 450 km, o novo Evoque provou que manteve as virtudes da primeira geração, como a boa estabilidade e o conforto de sobra. A suspensão independente nas duas rodas, com sistema multi-link na traseira, foi mantida.

No asfalto, o conjunto garante conforto exemplar e nas curvas, mantém a carroceria sempre firme. No fora de estrada, o novo Evoque também entrega boa dose de conforto. A capacidade para transpor áreas alagados aumentou de 50 cm para 60 cm, segundo dados da marca.


É fácil encontrar a posição ideal ao volante e ergonomia agrada. Já os bancos poderiam ser melhores. Há pouco apoio para as pernas de quem tem mais de 1,80 m de altura. O assento, além de curto, é estreito. Atrás, o espaço também é reduzido. Apenas dois adultos viajam bem acomodados.

Novo motor para o Evoque

O motor 2.0 turbo do Evoque também é novo. Da família Ingenium, o quatro-cilindros gera 300 cv de potência e 40,8 mkgf de torque. O câmbio automático de nove velocidades foi mantido.


Outro destaque é o sistema híbrido leve de 48V. Isso significa que o alternador e o motor de partida foram substituídos por um um único motor elétrico. Isso permite reduzir o consumo de gasolina, uma vez que o sistema não “rouba” energia do 2.0 turbo para mover polias e correias, por exemplo.

Esse conjunto dá agilidade ao Evoque e garante boas respostas aos comandos do acelerador. O câmbio faz trocas rápidas e sem trancos. Há aletras atrás do volante para passagens manuais de marcha.

O senão é que o sistema não aceita o comando do motorista se o modo “D”, de Drive, estiver selecionado. Só dá para "cambiar" manualmente com o câmbio na posição "S", de Sport.


Aliás, nesta segunda geração do Evoque a Land Rover adotou alavanca convencional de câmbio. No modelo da primeira geração, um dos itens que chamava a atenção era o seletor giratório para trocas de marcha posicionado no console central.

FICHA TÉCNICA 

Motor: 2.0, 4 cil., 16V, turbo
Potência: 300 cv a 5.500 rpm
Torque: 40,8 mkgf entre 1.500 rpm e 4.500 rpm
Câmbio: Automático, 9 marchas
Tração: Integral (4x4) sob demanda
Peso: 1.850 kg


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