Hairton Ponciano Voz

15/02/2020 - 7 minutos de leitura. Atualizado: 16/02/2020 | 17:53

Salão do Automóvel de São Paulo mira CES

Com diversas desistências, Salão do Automóvel deste ano busca inspiração na maior feira de tecnologia do mundo para sobreviver

Salões de automóveis sempre costumam atrair centenas de milhares de visitantes, mas o evento está mudando de perfil Crédito: Itamar Miranda/Estadão

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No início do ano, a BMW anunciou que não iria participar do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2020. Na época, a decisão, que incluía também a Mini, parecia um caso isolado. Mas, a partir daí, várias marcas, uma após a outra, foram anunciando que também estavam desistindo da exposição coletiva.

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Além da dupla BMW e Mini (a marca inglesa pertence ao grupo alemão), Toyota, Lexus, Chevrolet, Hyundai, Mitsubishi e Suzuki já divulgaram que não terão estandes no São Paulo Expo, na zona sul da capital. Elas se juntam a outras montadoras que já haviam faltado na edição de 2018, caso de Peugeot, Citroën, Jaguar, Land Rover e Volvo.

As decisões causaram esvaziamento do salão, embora diversas marcas tenham confirmado presença. Pelo menos até agora, fabricantes como Volkswagen, FCA (Fiat, Chrysler, Jeep e RAM), Renault, Ford, Troller e Nissan estão confirmadas. Outras ainda estudam a presença, caso de Honda, Mercedes-Benz e Porsche. O evento está marcado para ocorrer de 12 a 22 de novembro.


Para tentar contornar as ausências, a Reed Exhibitions Alcântara Machado, organizadora do evento, anunciou que o salão deste ano “será o mais tecnológico de todos os tempos”. A empresa informou que a intenção da mostra é “ampliar o destaque para novas tecnologias e o futuro da multimobilidade”. Ela cita como exemplo a CES (Consumer Electronics Show), uma feira de tecnologia realizada anualmente em Las Vegas, EUA, e que tem atraído muitas fabricantes de automóveis.

Salão terá código no ingresso e nas atrações

De acordo com a Reed, uma das providências será a utilização de um QR Code. Por meio dele, o visitante poderá capturar em seu smartphone todas as informações de cada atração. Da mesma forma, como cada ingresso terá um QR Code, o expositor saberá automaticamente caso o visitante manifeste interesse em algum veículo ou produto.


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Na área externa, realizada para test-drives desde a edição de 2016, a novidade será uma pista dedicada a demonstração de carros autônomos.


Marcas não querem dividir atenção com os concorrentes

Uma das razões do esvaziamento do salão é que, cada vez mais, as marcas não querem estar no mesmo espaço de concorrentes. Fazendo eventos exclusivos, as fabricantes conseguem monopolizar as atenções do público. A Volvo, por exemplo, em vez de participar do salão de 2018, preferiu lançar seu menor SUV, o XC40, durante uma competição de barcos patrocinada pela marca, a Volvo Ocean Race, que naquele ano teve uma das etapas em Itajaí, Santa Catarina.

Basicamente, todas as montadoras adotaram o mesmo discurso para justificar a ausência. O vice-presidente comercial da Hyundai, Angel Martinez, afirmou que “a estratégia global da Hyundai vem valorizando eventos com formatos diferenciados e foco maior no ser humano, proporcionando um engajamento mais exclusivo com seus clientes e públicos interessados. Avaliamos bastante a situação aqui no Brasil e decidimos substituir a participação no Salão do Automóvel por outras atividades mais exclusivas ao longo do ano”.


Em seu comunicado, a BMW informou que “está explorando novas plataformas e formatos alternativos”. Já o presidente da Toyota, Rafael Chang, afirmou que “vai focar no momento em experiências de mobilidade”.

Custo de estande pode chegar a R$ 15 milhões

Justificativas como “foco maior no ser humano”, “formatos alternativos” e “experiências de mobilidade” escondem uma outra razão: preço. De acordo uma fonte, entre aluguel do espaço, montagem, decoração e gastos com pessoal e alimentação, por exemplo, a conta para um estande médio pode alcançar cerca de R$ 4 milhões para os dez dias de exposição. Estandes maiores, com mezanino e área VIP, podem custar em torno de R$ 15 milhões.

A mesma fonte diz que os salões eram importantes quando as marcas esperavam para lançar automóveis no evento. Atualmente, não é mais possível esperar tanto, e as fabricantes vão realizando lançamentos ao longo do ano. Por essa razão, muitas montadoras não têm uma grande novidade para apresentar no evento.


Mesmo assim, o salão ainda é um passeio tradicional. Na edição de 2018, a organização informou que mais de 700 mil pessoas visitaram o evento. A Reed Exhibitions garante que o salão de São Paulo é o terceiro maior do mundo em número de visitantes, atrás apenas das amostras de Frankfurt (Alemanha) e Paris (França).

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