Stellantis Alfa Romeo Stelvio
Divulgação/Alfa Romeo

Stellantis quer Alfa Romeo e não Peugeot nos EUA

Para Stellantis ideia é ter forte presença no mercado norte-americano com produtos de marcas já existentes, como a Alfa Romeo.

Por Redação 09 de mar, 2021 · 5m de leitura.

A união entre FCA e PSA continua dando o que falar. E o assunto da vez é a desistência da Stellantis em introduzir a Peugeot no mercado norte-americano. A confirmação foi feita pelo grupo à publicação norte-americana Automotive News.

A Stellantis afirmou que há planos de atuar nos EUA, porém, com a Alfa Romeo. A decisão veio à tona por meio da nomeação do novo vice-presidente sênior que passa a representar a marca italiana na América do Norte. Trata-se do norte-americano Larry Dominique, que outrora havia sido encarregado de planejar o retorno da Peugeot aos EUA. Com a nova atribuição do executivo, a real intenção do grupo fica clara.

A ideia de fazer com que a Peugeot regressasse aos EUA vem lá de 2017, ou seja, de antes da fusão entre PSA e FCA – estabelecida recentemente. Na realidade, tratava-se de uma tentativa em alavancar as vendas da marca, que não andam muito bem das pernas no continente americano. A criação da Stellantis facilitaria a vida da marca francesa nos EUA, mas os planos do grupo são outros.


Por que a Alfa Romeo?

O vasto leque de marcas fortes que atuam nos EUA possibilita que a Stellantis queira buscar o fortalecimento da Alfa Romeo ao invés de querer o regresso da Peugeot, afinal, a presença da italiana no mercado norte-americano é algo já estabelecido.

O trabalho, no entanto, é melhorar as vendas da marca, que possui portfólio alinhado às necessidades do mercado local, como o hatch Giulia e o SUV Stelvio, mas ainda assim cresceu pouco mais de 1% no último ano.


Quem também se beneficia com o bloqueio da Peugeot no mercado norte-americano é a Chrysler, que já teve sua vida útil colocada em jogo. Agora, há quem aposte que a ideia da Stellantis seja, justamente, o contrário: a volta aos patamares no mercado norte-americano.

No Brasil

Enquanto a Alfa Romeo ficou lá na década de 1990 – quando, mesmo reunindo grande quantidade de fãs, caiu no ostracismo por aqui -, a Peugeot segue firme no Brasil. Aliás, não tão firme. As baixas vendas e a credibilidade em xeque (tem má fama desde sua chegada ao País), acabam servindo como entraves para a clientela.


Para se ter ideia, a marca ficou abaixo de 1% na participação de mercado no segmento de comerciais leves. Precisamente, 0,84%, de acordo com a Fenabrave, associação que reúne os concessionários do País. No segmento de automóveis, a Peugeot sequer aparece no ranking.

208
Por aqui, Peugeot segue com o hatch 208 e os SUVs 2008, 3008 e 5008. Crédito: Peugeot/Divulgação

O desempenho no segmento de comerciais leves, inclusive, se deve ao fato de a Peugeot, oportunamente, ter enveredado por este caminho. Mesmo sem a picape Landtrek (que talvez chegue ao País no ano que vem), a marca passou a investir fortemente nas vans comerciais Partner, Expert e Boxer.


No mais, o portfólio da marca francesa, que deixou de lado alguns modelos tradicionais, como sedãs médios, conta com o hatch 208 e os SUVs 2008, 3008 e 5008.