Stelvio. Quando a Alfa Romeo lançou seu primeiro (e, por enquanto, único) SUV, em 2016, conseguiu chocar o mundo por duas razões. Em primeiro lugar, os “alfisti”, fanáticos pela marca, provavelmente prefeririam ver a Juventus na segunda divisão de futebol da Itália do que presenciar a Alfa lançar um utilitário-esportivo. O segundo choque veio com o nome, Stelvio, pelo menos para quem não é italiano.
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Stelvio é o nome da estrada mais alta da Itália. Ela vai serpenteando os Alpes, e chega a 2.757 metros de
altitude. A passagem, que existe desde 1820, é sinuosa e, no passado, era muito perigosa. Serve de ligação entre o norte da Itália e a Suíça.
Tribeca é bairro de Manhattan
Se Stelvio lembra aventura, Tribeca remete ao luxo. Esse era o nome do SUV que a Subaru produziu e vendeu entre 2005 e 2014 (abaixo). Trata-se do nome de um elegante bairro localizado no sul de Manhattan, conhecido por ser o endereço de celebridades, do mundo artístico e fora dele.
Tribeca é a junção das sílabas iniciais de Triangle Below Canal street. Ou seja, o nome já identifica com todas as letras que o bairro é uma espécie de triângulo abaixo da rua Canal. A descrição é quase perfeita, mas na verdade o bairro tem o formato trapezoidal. O erro na geometria, no entanto, não diminui seu charme, nem os preços de um loft por lá. A Subaru chegou a importar o SUV por um curto período, mas em lotes reduzidos.
Outback é deserto, e não apenas churrascaria
Ainda na linha Subaru, não podemos nos esquecer da perua Outback. O modelo é a versão aventureira da Legacy, e tem um nome bem apropriado. Outback é a denominação da extensa área desértica que domina o interior da Austrália. O modelo tem tração integral, boa altura do solo e acabamento de plástico preto nas laterais e sob os para-choques. Está à venda no Brasil por R$ 200.900.
Lembra-se do Kia Mohave? Era um enorme SUV que a empresa chegou a vender no Brasil. Da mesma forma como a Subaru, com a Outback, a Kia também buscou em regiões inóspitas do planeta a inspiração para seu carro. Seu nome remete ao deserto do Mojave, o mais seco da América do Norte.
Embora haja uma diferença de letras na grafia (H no carro e J no deserto), a sonoridade é semelhante (em ambos os casos, pronuncia-se “morrave”, embora “mojave” também seja aceito). Ele fica nos EUA, e a maior parte está entre os estados da Califórnia e Nevada.
Quanto mais bonito o lugar, melhor
A propósito, a marca sul-coreana gosta de batizar seus automóveis com nomes de lugares, desérticos ou não. É o caso, por exemplo, do Sorento (abaixo). O SUV que é vendido no Brasil leva o nome de uma região da Itália, localizada perto da baía de Nápoles. Na “tradução”, porém, o carro perdeu um dos “erres” do nome original.
A Kia tem outros dois modelos com nomes de lugares. Sedona, uma cidade do Arizona, e Telluride, cidade localizada no Colorado. E o Kia Rio? Tem a ver com o Rio de Janeiro? A resposta é não. O hatch leva o nome genérico de rio. E rio tem em quase todo o mundo, com exceção talvez dos desertos. Não há relação com a cidade brasileira.
A também sul-coreana Hyundai é outra marca adepta de batizar seus veículos com nomes de cidades. Também curiosamente, ela tem uma predileção pelas regiões desérticas do Oeste dos EUA. É o caso, por exemplo, do Tucson (cidade do estado do Arizona, na região do deserto de Sonora) e do Santa Fe, capital do estado do Novo México.
Ja o Vera Cruz, que saiu de linha, herdou seu nome de um estado do México. Mas há ao menos uma exceção. O Creta (abaixo) refere-se à maior ilha da Grécia.
Rota panamericana inspirou Porsche
A Porsche também escolheu um nome que remetesse a aventura quando batizou o Panamera (abaixo). O modelo faz alusão à rota Panamericana, uma longa estrada que liga as três Américas. No passado, aventureiros a utilizaram para longos trajetos que podiam demorar anos para ser cumprido. Na parte da América do Sul, ela vai beirando a Cordilheira dos Andes, o que significa que o trajeto sempre ofereceu riscos.
A Nissan buscou inspiração em cidades para o Murano (cidade italiana perto de Veneza, famosa pelos trabalhos artísticos com vidro) e para a picape Navara (a nossa Frontier). Neste caso, trata-se de uma cidade espanhola.
A Ferrari prestou homenagem a vários locais. Há a Ferrari California, Modena, Portofino e Monza. Mas a marca de Maranello também não se esqueceu de sua pátria, ao batizar a 458 Italia.
Nacionais têm vários nomes do gênero
Entre os automóveis nacionais, há diversos exemplos de carros que receberam nomes de locais. A lista inclui localidades no País, caso de Brasília, Parati e Ipanema, e até de outros continentes. Como exemplo, há o Ford Verona, o Chevrolet Monza e o Fiat Siena (cidades italianas, sendo que Monza é mais conhecida pelo autódromo), e também o Ford Versailles (cidade da França).