Anunciada em 2019, a Tesla Cybetruck despertou a atenção do mundo. Afinal, mesmo com visual de gosto duvidoso (ultramoderna aos olhos dos mais otimistas), o modelo tem origem na empresa que é o maior fenômeno entre as fabricantes de carros elétricos no planeta. Assim, público e crítica esperavam um verdadeiro best-seller. Entretanto, as coisas não foram tão bem assim. Com diversos problemas ao longo do caminho, a picape registrou atrasos inaceitáveis nesse meio-tempo. Até que, finalmente, começou a ser fabricada em meados do ano passado. Mas, acredite, até hoje poucos compradores conseguiram colocar as mãos no bem adquirido.
E como a Tesla nem entrega, nem permite test-drives aos interessados, uma das saídas para quem quer dirigir a Cybertruck é o aluguel. Mas não se trata de um aluguel oficial, pensado por parte da marca. Em síntese, os poucos contemplados passaram a alugar suas picapes na plataforma Turo, uma espécie de Airbnb dos carros.
Se por um lado as pessoas podem alugar seus carros e ganhar dinheiro, por outro, os entusiastas podem ter a oportunidade de dirigir o tão aguardado modelo. Entretanto, para alugar um Cybertruck na Turo o interessado precisa desembolsar, pelo menos, US$ 903 por dia (cerca de R$ 4,5 mil, na conversão direta, sem taxas). O valor, a princípio, vale para a cidade de Austin, no Texas (EUA). E tem proprietário que pede até mais. De acordo com os documentos, no entanto, quem fizer o contrato não pode usar a Cybertruck em trechos off-road. Além disso, em algumas locadoras a diária chega a US$ 1 mil (cerca de R$ 5 mil).
Sobre os atrasos
A desculpa para o atraso da picape é, segundo o CEO da Tesla, Elon Musk, “a alta complexidade de produção da Cybertruck”. O modelo tem, de fato, linhas angulosas e desproporcionais que, a princípio, exigem mais trabalho na hora da fabricação quando comparada a um modelo convencional. Feito de aço inoxidável, o corpo da caminhonete também fica mais caro e difícil de moldar. A picape, recordemos, foi lançada em três configurações. Autonomia passa de 500 km, segundo a marca, mas já tem gente reclamando que os números não batem com a realidade e podem ser cerca de 20% menores.
No entanto, além dos percalços em sua construção, ainda há a forte concorrência, que ganhou terreno nos últimos anos. Nomes como General Motors, Ford e RAM já têm ou preparam ofensivas para combater a opção da Tesla. A Chevrolet, por exemplo, tem a Silverado EV, a GMC tem o Hummer, com mais de 1000 cv e, por fim, a Ford aposta na F-150 Lightning, já à venda, enquanto a RAM prepara a 1500 EV, para 2025. Em síntese, o caminho não vai ser fácil para a “novata”.
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