Os modelos conhecidos como cupês de quatro portas têm um apelo emocional forte. A nova geração do Audi A7, que acaba de chegar às concessionárias do Brasil por R$ 456.990, segue à risca a cartilha do segmento.
Ele se destaca pelo visual impressionante, ainda mais quando colocado ao lado de seu irmão sedã, o também bonito A6 (outro que está chegando às lojas em nova geração, por R$ 426.990). E também pelas dimensões avantajadas. É como um A5 em imensas proporções – e muito mais tecnologia.
Visual do Audi A7
O carro tem o tradicional teto rebaixado do segmento, formando uma peça única com a tampa do porta-malas (que traz abertura automática para o compartimento de 535 litros). Além disso, a linha de cintura é baixa, na altura das maçanetas das portas.
Essa solução dá a impressão que o Audi A7 é ainda mais baixo que seu 1,42 metro de altura sugere. Atrás, o destaque fica por conta das lanternas de LEDs interligadas. Quando se aciona o botão de abertura das portas, a iluminação corre, simulando a abertura de uma cortina.
Já os faróis são do tipo full-LEDs e, opcionalmente, há a tecnologia Matrix. Ela evita ofuscamento aos carros que estão na frente do Audi A7 e na direção oposta. Na prática, à noite é possível rodar com o farol alto sempre acionado – o sistema fará o papel de adaptar os fachos de luz. O item extra custa R$ 13 mil.
Por dentro, chama a atenção o sistema de telas que estreou no Q8, há cerca de um mês. Há a nova geração do painel digital que a Audi chama de virtual cockpit, agora personalizável em três níveis. Esse monitor mantém as 12,3 polegadas.
De 10,1″, a tela da central multimídia passa a ser sensível ao toque. Na versão avaliada, era preciso apertar os comandos com muita força para se obter respostas. Ali, estão os controles das principais funções do novo A7.
Interatividade
Além disso, a interação com smartphones de sistema operacional IOS (Apple) passa a ser feita via Wi-Fi. Para a tecnologia Android Auto, é preciso fazer o espelhamento via cabo. A tela central inferior é mais estética do que funcional.
Além de comandos do ar-condicionado, ela substitui o sistema que a Audi chama de MM touch, antes posicionado no console central. Na tela de 8,6″, motorista e passageiro podem usar os dedos para escrever um endereço a ser inserido no navegador GPS, por exemplo.
Também chama a atenção na cabine o bom acabamento, com amplo uso de couro de alta qualidade e black piano, que reveste quase todo o painel. Quanto ao espaço, o que já era bom melhorou levemente.
O entre-eixos cresceu 1,2 cm e tem 2,92 metros, ampliando o espaço para as pernas. Só dois ficam bem acomodados, já que o túnel central é muito alto. Para esses passageiros, há um console central retrátil com porta-copos e outros mimos.
Grandalhão, o carro tem nada menos do que 5 metros de comprimento e 2,1 metros de largura. Porém, não é ruim para manobrar em vagas apertadas. A direção oferece precisão nessa situação. Além disso, há câmeras em 360°. Elas projetam uma imagem em 3D na tela da central multimídia.
Há um pênalti na cabine: o comando de altura e profundidade da coluna de direção é manual. Não atrapalha a missão de encontrar a boa, baixa e levemente inclinada posição de guiar. Um modelo tão sofisticado, porém, merecia ter comando elétrico.
Além dos faróis Matrix, o Audi A7 traz opcionalmente Head up Display (projeta imagens do quadro de instrumentos no para-brisa e custa R$ 10 mil) e Night Vision (por R$ 16 mil, detecta pedestres, pessoas e outros carros à noite).
Todo o resto é de série na única versão disponível, Performance. Inclusive o sistema Pre-Sense, que prepara o carro para eventuais impactos frontais e traseiros, com o objetivo de, em caso de acidente, reduzir danos aos ocupantes.
Ao volante do novo Audi A7
Esse belo carro vem para o Brasil com uma nova versão do motor que trazia até então. Trata-se do 3.0 V6. Agora, porém, ele perdeu o compressor mecânico, e traz um turbo convencional.
Com isso, ganhou 7 cv de potência – são 340 cv. Além disso, o torque máximo de 51 mkgf passa a ser entregue em rotação mais baixa, apenas 1.370 rpm – ante os cerca de 3 mil rpm da versão anterior. O câmbio é automatizado de sete marchas e duas embreagens.
A avaliação foi curta (cerca de 5 km), em trechos urbanos da zona sul do Rio de Janeiro. Insuficiente para colocar à prova todas as aptidões do carro. Ainda assim, deu para avaliar a capacidade de retomada: o A7 responde bem, com muita força em baixa para disparar sem contratempos.
De acordo com informações da Audi, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos. A velocidade máxima é limitada eletronicamente a 250 km/h.
Também chamou a atenção as respostas diretas da direção em mudanças bruscas de direção. O carro dá a impressão de ser bastante estável. Além de auxílios à estabilidade e tração, tem centro de gravidade baixo e tração nas quatro rodas por demanda.
Em condições normais, a tração fica 100% na dianteira. De acordo com a demanda, passa a distribuir força entre os eixos – a Audi não informa a proporção máxima da divisão.
Semiautônomo
O sistema semiautônomo do A7 é de nível 2. Trata-se do Traffic Jam Assist, que em outros modelos só fornece auxílio em situações de tráfego pesado ou congestionamentos, até a velocidade máxima de 65 km/h.
No A6 e no A7, segundo a Audi, ele passa a prestar assistência em qualquer velocidade. Ainda assim, de dez em dez segundos o motorista tem de segurar o volante – ou a tecnologia deixará de funcionar.
Prós e Contras
PRÓS – Tecnologia
Novo A7 vem com bom pacote de segurança, conectividade e auxílios à condução.
CONTRAS – Ajuste da coluna de direção
Regulagem de altura e profundidade manual não combina com um carro tão sofisticado.
Ficha Técnica – Audi A7
Preço sugerido: R$ 456.990
Motor: 3.0, V6, 24V, turbo, gasolina
Potência (cv): 340 a 5.000 rpm
Torque (mkgf): 51 a 1.370 rpm
Câmbio: Automatizado, 7 marchas
Tração: 4×4 por demanda
0 a 100 km/h: 5,3 segundos
Vel. máxima: 250 km/h (limitada eletronicamente)
Comprimento: 5 metros
Entre-eixos: 2,92 metros
Largura: 2,1 metros
Altura: 1,42 metro
Porta-malas: 535 litros
FONTE: AUDI
A JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA AUDI