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Top Gear tinha mais placas provocativas
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Top Gear tinha mais placas provocativas

Além de indicar a intenção de provocações usando as licenças, atitude do programa configura crime

08 de out, 2014 · 4 minutos de leitura.

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 Top Gear tinha mais placas provocativas

O escândalo do Top Gear na Argentina deve render punição para Jeremy Clarkson e sua equipe, de um jeito ou de outro. Após serem expulsos do país por um piquete em protesto contra as placas de identificação de um Porsche, que traziam os caracteres H982 FKL, numa suposta alusão ao ano de 1982 e à palavra Falklands, como os ingleses chamam as Ilhas Malvinas, data e motivo de confronto entre os dois países, surgiram agora mais placas intrigantes.

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O apresentador deu sua versão oficial para o incidente, alegando que foi tudo uma infeliz coincidência. Segundo Clarkson, o carro chegou na Patagônia sem a placa dianteira e com “letras sem sentido” na identificação traseira. Ele disse ainda que se quisesse intimidar os argentinos teria sido mais explícito. “Não era W3 Won”, afirmou, em alusão ao que poderia ser interpretado como “nós vencemos”.

O problema é que depois que os ingleses já estavam em seu país de origem, no conforto de seus lares, a polícia portenha fez perícias nos carros apedrejados e abandonados, e encontrou um terceiro par de placas, com a inscrição Bell END, numa alusão ao termo bellend, que é uma gíria para a expressão “cabeça de pênis” na Inglaterra.

O ponto de defesa de Clarkson e sua equipe estava em que a famigerada placa era a licença “original” do Porsche. Mas com essas outras encontradas, fica difícil não dizer que o Top Gear, pode sim, ter tido a intenção de fazer as suas costumeiras provocações usando as placas dos veículos.


Além disso, a placa H982 FKL foi substituída por outra, durante o trajeto pela Argentina, com a inscrição HI VAE. Mesmo que não seja interpretada como mais uma piada sem graça, em território argentino é infração grave trafegar com o veículo com placa adulterada. A pena vai de seis meses a três anos de prisão. Mesmo que os fatos sejam esclarecidos, Clarkson não deve pisar em solo argentino tão cedo.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”