A Toyota anunciou um investimento bilionário para construir uma fábrica exclusiva para a produção de carros elétricos. Com um aporte de US$ 1,8 bilhão, o equivalente a R$ 9,3 bilhões na cotação atual, a montadora vai construir a unidade em Jakarta, na Indonésia. A escolha do país, segundo especialistas, tem a ver com a grande reserva de níquel, que é a matéria-prima essencial para a produção de baterias de íon de lítio presente nesses veículos.
Este, inclusive, não é o primeiro investimento que a marca japonesa fez no País asiático. Segundo o ministro-chefe da Economia da Indonésia, Airlangga Hartarto, a Toyota já investiu cerca de 14 trilhões de rúpias por lá desde 2019. No entanto, desta vez, a fabricante planeja produzir diversos modelos elétricos nos próximos quatro anos. Assim, apostará em modelos como o SUV bZ4X, que iniciou a linha com zero emissões de carbono da Toyota.
“Esperamos que com esse investimento adicional, o governo da Indonésia entenda nossa seriedade em investir em veículos elétricos”, afirmou o vice-presidente da Toyota, Shigeru Hayawaka, em comunicado.
Parte da estratégia
Após o anúncio oficial da Toyota no país asiático, outras empresas já estão de olho na região pelo alto potencial de produção. É o caso, por exemplo, da Hyundai Motor Group e da LG Energy Solutions, do grupo LG. Além disso, o governo da Indonésia divulgou que a Mitsubishi Motors está prestes a anunciar investimento de cerca de 10 trilhões de rúpias entre 2022 e 2025. O foco será, então, produzir veículos elétricos e híbridos.
Com os recentes aportes, Hartaro disse que o país pretende, assim, vender somente carros e motores elétricos a partir de 2050. Mas o processo deve se iniciar em 2030, quando o governo estima ter 2,2 milhões de EVs e 13 milhões de motos. Com isso, a Indonésia quer se tornar um centro global de produção e exportação desses veículos. O ministro acredita que o interesse por elétricos, seja de quatro ou duas rodas, tende a crescer bem mais e ganhar volume.
Toyota acredita em mais de uma solução
A história da Toyota com a eletrificação é de longa data. E vem desde a década de 90, quando a japonesa lançou o Prius híbrido. Aqui no Brasil, por exemplo, foi a primeira a fabricar veículos eletrificados, com a dupla Corolla sedã e Corolla Cross. Mas a Toyota demorou para entrar no segmento de elétricos. E chegou a resistir por um tempo. Isso porque, para a fabricante, o futuro da indústria não será 100% elétrico. Afinal, cada região vai se adaptar da melhor forma. E existem diferentes meios para reduzir a emissão de carbono.
Esse é o caso da biomassa. No início de julho, a japonesa e outras empresas, como Suzuki, Subaru, Daihatsu e Eneos, firmaram parceria para criar a Associação de Pesquisa de Inovação em Biomassa para Combustível de Automóveis da Próxima Geração (Research Association). A iniciativa vai apostar em pesquisas sobre a utilização e a implementação da biomassa. O mesmo servirá para estudar sistemas eficientes de produção de bioetanol.