Em abril deste ano, os executivos da Toyota e da Daihatsu, sua submarca de baixo custo, reconheceram que a empresa fraudou testes de impacto na Ásia. Desde então, a marca japonesa vem investigando a situação. O ocorrido se tornou público após uma denúncia de que a subsidiária aplicou reforço estrutural nas portas dos exemplares submetidos a testes de colisão. No entanto, o problema é que o material não está presente nas unidades de produção em série, entregues aos clientes.
Pois agora, essa história enfrenta mais um capítulo. Inicialmente, apenas o Toyota Raize e o Daihatsu Rocky tiveram as vendas suspensas. Ambos, aliás, utilizam a mesma plataforma DNGA da Daihatsu, que é uma versão mais simples da base TNGA usada pela dupla Corolla sedã e Corolla Cross. Mas agora, outros modelos e submarcas estão com produção paralisada. E essa lista inclui, por exemplo, o Yaris Cross, SUV que está previsto para estrear no Brasil em 2024. Bem como o Yaris sedã vendido na Ásia.
De acordo com o levantamento da Toyota, ao todo, a crise da fraude nos testes de segurança afetou mais de 64 modelos. Além disso, além dos modelos da Daihatsu, outras marcas que compartilham tecnologias e plataformas também vão sofrer com as vendas paralisadas. Esse é o caso de Mazda, Perodua e Subaru, por exemplo.
Situação não afeta o Brasil
Antes de tudo, é importante destacar que a denúncia não afeta o mercado brasileiro. Isso porque a atual linha Yaris, disponível nas versões hatch e sedã, utiliza plataforma diferente. Segundo o presidente-executivo da Toyota na Ásia, Masahiko Maeda, houve pressa no lançamento dos modelos envolvidos. Além disso, assim que a Daihatsu descobriu o problema, foi feita a denúncia aos órgãos responsáveis. Em seguida, a entrega dos veículos foi suspensa. Assim, os testes serão refeitos e as vendas serão retomadas caso os modelos sejam aprovados.
Toyota passa por investigações
No entanto, a situação não é tão simples. De acordo com a investigação, a identificação da fraude aconteceu durante a inspeção interna. O problema, aliás, foi no teste de colisão lateral, que simula acidentes contra postes. Esse teste, segundo o órgão de segurança nacional, deve acontecer dos dois lados do veículo. Mas, tudo indica que a marca não seguiu o padrão exigido.
Além disso, alguns relatórios independentes indicam que a manipulação dos testes de segurança já acontece desde 1989. Seja como for, o Ministério dos Transportes no Japão está à frente da investigação para entender se existem mais violações. “Começamos a inspeção no local para descobrir se o relatório apresentado pela Daihatsu é verdadeiro e se há qualquer outra irregularidade”, disse um dos responsáveis do órgão oficial, Nobuhito Kiuchi.
A Toyota e a Daihatsu falaram, em comunicado oficial, que toda essa situação é uma “grave violação da confiança do consumidor”. E seguiu: “Gostaríamos de expressar nossas sinceras desculpas pela inconveniência e preocupação que isso causou a todas as partes interessadas, incluindo os clientes”.
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